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Razão ou emoção: como escolher a moto ideal?

Fernando Medeiros - 21 de julho de 2014 - 15:51

A razão e a emoção na hora de comprar um bem ou serviço são questões muito interessantes que merecem nossa atenção e reflexão. Isso se aplica também ao universo das duas rodas. Sem dúvida, a compra da moto é orientada por dois fatores e quem já convive com este universo há alguns anos, como eu, pode afirmar, com certeza, que a grande maioria das motos é escolhida muito mais pela emoção do que pela razão, o que é muito natural. Porém, é preciso pensar bem em diversos fatores para fazer uma escolha inteligente e segura na hora de optar pela máquina e equipamentos.

Fatores como cor e designer da moto são totalmente emocionais. Escolha do modelo e potência também leva a uma boa dose de emoção na decisão. Já fatores como preço, ergonomia, adequação ao tipo de uso que será feito, tamanho do piloto e garupa, preço e facilidade de revenda, tecnologia e recursos embarcados são aspectos puramente racionais. Como pode ver pelos exemplos, a compra de uma moto exige muito mais da nossa razão do que da emoção, no entanto, o que mais nos influencia na hora da compra é a emoção.

Quero neste artigo convidar você a pensar antes de fazer a escolha, para que ela seja a mais segura no momento desta aquisição. Muitos podem pensar que isto não é importante, mas acredite, esse pode ser um fator decisivo para evitar acidentes.

1 - A escolha da moto - Escolha uma moto adequada ao seu perfil de uso. Você poderá economizar e pilotar com maior segurança. Cada modelo de moto foi projetada para uma finalidade e cada vez que você a retira de seu “habitat natural” estará explorando menos o seu equipamento ou se expondo a riscos maiores.

2 - Proporcionalidade entre piloto e moto - É importante que o usuário se encaixe na moto e vice versa. Já pilotei scooters onde tive que me torcer para não bater o joelho no guidão ao virá-lo. Também já vi consumidores tendo que vender a moto porque esta era muito alta e seu pé mal alcançava o chão. Falha grave do vendedor e do comprador.

3 - Habilidade e experiência - Considere sua habilidade para pilotar na hora de escolher a moto. Você pode ir a qualquer concessionária e perguntar se já viram clientes que compraram moto e caíram logo em seguida. Tenho certeza que receberá uma resposta positiva e o pior, isto é mais frequente com motos de alta cilindrada, mais lindas, mais caras, mais potentes, porém muito mais nocivas para quem não tem experiência.

4 - Acessórios - Acessórios de segurança também necessitam de atenção a detalhes que parecem irrelevantes, por exemplo: qual capacete é mais bonito, os predominantemente claros ou escuros? Claro que isto é uma questão de gosto, portanto para cada pessoa há uma resposta correta. Essa é uma questão puramente emocional.

Outra pergunta: qual deles é mais seguro? Neste caso temos que deixar o gosto de lado e ser racionais. Devo afirmar que o capacete claro é mais seguro, por permitir melhor visibilidade, principalmente à noite. Considere também que ele esquenta menos. Não é à toa que os capacetes da polícia e exército são brancos. Outro fator ligado a capacetes bonitos x seguros é o modelo. Temos no mercado todo tipo de capacete e em alguns modelos a beleza conflita com a segurança.

Um exemplo clássico são os capacetes sem a queixeira (aqueles que cobrem apenas a cabeça). Eles têm um design diferenciado, combinam muito bem com scooters e as mulheres adoram. Pois é, são lindos, permitidos pela legislação, certificados pelo INMETRO, mas só podem ser utilizados na cidade e não nas estradas, por não protegerem o queixo. As escolhas dos tipos de calçado, luvas e roupas também devem levar grande dose de reflexão e razão antes de definir sua escolha, pois esta pode fazer grande diferença na sua segurança.

5 - Manutenção da moto - Um momento que requer 100% de razão e não se pode brincar é a hora de manter a motoca em ordem, pois uma pane pode significar um acidente. No mercado é abundante a oferta de peças recondicionadas, usadas, paralelas de baixíssimos preços e qualidade, pneus usados ou riscados, o que é uma insanidade, entre outras barbaridades.

Tem também os consertos que não deveriam ser feitos, isto é, peças que precisam ser trocadas e não consertadas, como, por exemplo, corrente de transmissão. Até peças simples como espelho retrovisor e lâmpadas devem ser de boa qualidade. Imagine que você está em uma estrada sem iluminação em uma noite escura e a lâmpada do seu farol simplesmente apaga porque você pagou baratinho por ela.

Tem lâmpada no mercado por preços irrisórios, mas será que duram? Será que não vão te deixar na mão no momento de maior necessidade? O que pode causar um pisca que não funciona ou uma corrente que quebra e pode travar a roda? E um pneu quando estoura? O que acontece? Amigo, seja muito racional em suas escolhas para garantir o prazer e a emoção de andar de moto sempre! Considere estas e outras recomendações e vamos acelerar, porque andar de moto é bom, bonito, barato, faz bem ao coração e a alma!

Fernando Medeiros é diretor executivo da ASSOHONDA.

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