A maior parte das vítimas de violência hoje, no Brasil, é formada de jovens, negros, de baixa renda, entre 15 e 24 anos. É o que mostra o livro “Mapa da Violência IV: Os Jovens do Brasil. Juventude, Violência e Cidadania”, lançado hoje, em Brasília, pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Instituto Ayrton Senna.

Os dados revelam crescimento anual de 5,5% na ocorrência de crimes como homicídios, além de acidentes de transporte. Mostram ainda o crescimento desse tipo de violência no interior, saindo das grandes cidades e regiões metropolitanas.

A taxa de homicídios aumentou para 54,5% em 2002, contra 30% em 1980. As maiores taxas de homicídios no ano de 2002 foram registradas no Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo. O relatório mostra que a maior parte dos acusados de homicídio é formada de jovens de 20 anos, sendo o maior índice registrado entre os homens, principalmente negros.

Já os acidentes de trânsito são responsáveis por 15,6% das mortes de jovens, sendo a maior incidência entre brancos. Nos fins de semana, o número de mortes cresce, tanto por homicídios, como por acidentes de trânsito.

O Brasil está em quinto lugar em número de jovens mortos por violência, em 67 países pesquisados. O representante da Unesco, Jorge Werthein, disse que o livro mostra algumas sugestões de políticas públicas a serem adotadas. Ele acredita que “um programa como o primeiro emprego dá retorno imediato” e tira o jovem da criminalidade.

O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz participou do lançamento do livro. Ele disse que o governo federal já está tomando providências para tirar os jovens da criminalidade e colocar em prática algumas estratégias para solucionar esse problema.