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Geral

Quatro em cada 100 bancários já pensaram em suicídio

Alessandra Bastos/ABr - 10 de julho de 2006 - 09:40

Ao todo, 4,37% dos bancários brasileiros já pensou ou ainda pensa em suicídio. A conclusão é da pesquisa Assédio Moral no Trabalho: Impactos sobre a Saúde dos Bancários e sua Relação com Gênero e Raça, coordenada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco em 28 diferentes bancos públicos (48,14%) e privados (51,86%).



Além de situações extremas, vários sintomas de distúrbios psicológicos foram observados: falta de apetite (17,15% dos entrevistados), tremores nas mãos (21,20%), chora mais que de costume (19,10%), se sente incapaz de realizar um papel útil na vida (4,37%). “Ficamos chocados. São relações autoritárias que provocam adoecimento físico e mental. É uma realidade cruel”, ressalta a secretária-geral do sindicato e coordenadora da pesquisa, Suzineide Rodrigues de Medeiros.

A principal conseqüência relatada pelas vítimas é nervosismo, tensão ou preocupação (60,72%). Em menor escala, outros sintomas mais graves são manifestados. A vítima dorme mal (42,14%), se cansa com facilidade (38,76%), tem se sentido triste ultimamente (37,86%), tem dores de cabeça constantemente (37,37 %), tem dificuldade para realizar com satisfação suas atividades (36,55 %), sente-se cansado o tempo todo (36,36 %), sensações desagradáveis no estômago (33,40 %) e má digestão (31,87 %).

A coordenadora explica que os sintomas de depressão muitas vezes aparecem porque a pessoa “pensa que a culpa é dela, está com esse peso e não consegue distinguir o que é erro dela e o que é do gerente”. Por isso, segundo a coordenadora, quando ocorre uma denúncia, a vítima é encaminhada a um psicólogo para que o profissional faça uma análise da situação.

Enquanto 53% das mulheres se dizem estressadas, 46% dos homens têm a mesma queixa. Segundo o estudo, os homens são mais agressivos. Eles são acusados em 50,96% dos casos. As mulheres são responsáveis por 22,79 das agressões. Ambos os sexos respondem a 26,25% das acusações. Mas em 17,10% dos casos, a vítima afirma que o agressor não tem consciência do que faz.

Diferentemente do esperado, boa parte das agressões morais sofridas pelos bancários no ambiente de trabalho não são feitas pelo chefe. O superior hierárquico continua sendo o maior agressor (63%,71), mas não o único. Os colegas são apontados por 28,38% dos entrevistados e os subordinados por 5,46% dos 2.609 profissionais que participaram da pesquisa.


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