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Quase pronto o avião a álcool brasileiro

Lana Cristina/ABr - 19 de agosto de 2004 - 08:32

Brasília - A tecnologia da conversão de motores de avião usados na agricultura da gasolina para o álcool hidratado está na fase final das pesquisas e praticamente adiantada para a fase de testes. O anúncio foi feito hoje pelo presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Carlos Heitor Belleza, ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Os testes serão realizados no Centro Técnico Aeroespacial (CTA) em breve.

Segundo Carlos Belleza, só falta o conserto do aparelho de testes do CTA, cujas bancadas ainda não comportam os motores. O presidente do Sindag terá negociações ainda com os Ministérios da Defesa e de Minas e Energia para o andamento do programa. A previsão do presidente do Sindag é de que os motores a álcool já possam funcionar em 2005. “Depois dos testes, só falta homologação, feita pelo Instituto de Fomento Industrial”, explicou.

O motor a álcool rende 15% mais, polui menos e a durabilidade é duas vezes maior. Além disso, o intervalo de tempo entre as revisões gerais passará de 1.500 horas para 3.000 horas. O custo da hora de vôo também diminui, segundo Carlos Belleza. São US$ 2 a menos por hectare aplicado. A única desvantagem é o consumo, que aumenta cerca de 10 litros por hora de vôo, detalhe superado pela economia no preço do combustível, conforme destacou o presidente do Sindag. Hoje, o litro da gasolina para aviaçao custa US$ 1,5 (R$ 4,50) e o litro do álcool, comprado em grande volume, pode chegar a R$ 0,50.

Há culturas em que se faz até oito aplicações de defensivos por safra, como é o caso do algodão. O custo para aplicar herbicida nos plantios de arroz, por exemplo, é de R$ 28 a hora de vôo por hectare, a cada aplicação. São feitas pelo menos quatro aplicações a cada safra.

Outro assunto debatido no encontro foi a reativação do Centro de Excelência de Aviação Agrícola, desativado desde 1990. As negociações nesse sentido começaram há quatro anos e, agora, Carlos Belleza está otimista. O centro funcionará para cursos de treinamento e formação de pilotos e mecânicos, de combate a incêndio no campo e em florestas, e outras pesquisas na área.

A frota brasileira de aviões agrícolas é a segunda maior do mundo, só superada pela dos Estados Unidos. São 260 empresas atuando no setor. Os aviões são usados na semeadura, na pulverização de defensivos agrícolas e na fertilização.

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