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Quadro da produção leiteira no Estado é preocupante
Com o advento da safra, os preços tendem a cair, tanto para a produção agrícola quanto para a produção pecuária. Mas para os produtores de leite, a situação vai ser mais complicada esse ano a partir de outubro.
O presidente da Comissão Estadual da Pecuária do Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL), Denis Afonso Vilela, que esteve em Brasília (DF) no último dia 26, informou que a situação é preocupante para os produtores em todo País.
A razão está no câmbio. Com o dólar supervalorizado, os pecuaristas não recuperaram os investimentos que fizeram durante a entressafra para alimentar os animais. Os produtores já estão sentindo as baixas dos preços, comenta o presidente a Comissão.
Os preços pagos ao produtor em Mato Grosso do Sul estão em torno de R$ 0,35 a R$ 0,40 o litro e, segundo Vilela, em alguns supermercados o leite de caixinha é comercializado por R$ 1,20. Na reunião do dia 26, em Brasília, as entidades representativas do setor solicitaram ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) garantias para sustentar o preço do leite. Denis Vilela também cobrou mais rigor na fiscalização dos produtos lácteos. Suspeitas de fraude do leite foram levantadas durante a reunião.
Pela primeira vez em seis anos o valor bruto da produção de leite será menor que o ano anterior, a previsão de crescimento da balança comercial de lácteos já caiu pela metade, os preços médios pagos aos produtores foram reduzidos em 27%, de R$ 0,59 para R$ 0,50, de junho de 2005 a janeiro deste ano.
A expectativa do setor era exportar US$ 300 milhões, em 2006, em resposta aos investimentos de R$ 350 milhões na ampliação e construção de novas fábricas. Hoje, a previsão é exportar 50% a menos do que o esperado, cerca de US$ 150 milhões. Esta queda no desempenho do setor no mercado externo é resultado da valorização excessiva do Real em comparação ao Dólar, que reduziu a competitividade das indústrias nas exportações do setor.
O documento entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) assinado por 28 entidades traz as seguintes solicitações:
Lançamento do Prop-Leite (Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agropecuário Oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda), já utilizado para outros produtos agropecuários como milho, algodão, entre outros.
Maior rigor na fiscalização das fraudes nos produtos lácteos, em benefício dos consumidores, produtores e indústrias de laticínios.
Apoio às decisões do Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que apontam a prorrogação das tarifas antidumping sobre o leite em pó importado da Nova Zelândia e da União Européia.
Autor: Fabiane Sato - Sato Comunicação