A eleição para a Presidência da Câmara, que ocorrerá na primeira quinzena de fevereiro, já tem candidatos de dois partidos: o PT, que indicou para o cargo o ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP); e o PFL, cujo candidato é o líder da bancada, deputado José Carlos Aleluia (BA).
A estratégia eleitoral dos dois candidatos é semelhante: buscar o apoio de cada um dos deputados da Casa. As intenções no cargo, porém, divergem quanto à relação que pretendem ter com o Governo. Enquanto Greenhalgh promete ajudar o Executivo a aprovar suas propostas, Aleluia critica a votação intensiva de projetos do Governo e promete prioridade para as propostas parlamentares.

Escolha do PT
Maior bancada da Câmara, com 90 deputados, o PT escolheu seu candidato por aclamação, após uma disputa que envolveu sete deputados do partido. Na primeira votação, realizada na terça-feira, três nomes foram excluídos - Walter Pinheiro (BA), Paulo Delgado (MG) e Paulo Rocha (PA) - e quatro continuaram na disputa - Virgílio Guimarães (MG), Professor Luizinho (SP), Arlindo Chinaglia (SP) e o próprio Greenhalgh. Ao longo da quarta-feira, todas as outras candidaturas foram retiradas, restando apenas a do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, eleito por aclamação.
Em sua primeira entrevista como candidato do partido, o deputado paulista disse que vai tentar seguir o exemplo do atual presidente, João Paulo Cunha, tendo compreensão para as características do cargo, representando a vontade da maioria da Câmara e ajudando o Governo a avançar em suas propostas. Ele disse que respeitará uma possível candidatura da Oposição, mas anunciou que vai buscar o apoio dos outros 512 deputados da Casa, já a partir da próxima semana, junto com João Paulo, os ex-candidatos do PT ao posto e o presidente do partido, José Genoíno.
João Paulo disse ter certeza de que Greenhalgh saberá obter o apoio dos outros partidos.

Candidato da Oposição
Após a escolha do PT, o deputado José Carlos Aleluia também se lançou candidato. Segundo ele, uma candidatura da Oposição terá o apoio da maioria dos deputados, que querem uma Câmara com maior autonomia em relação ao Governo. "Nós vamos representar a vontade dos deputados de verem seus projetos aprovados e de não ficarem aqui dois anos apenas votando medidas provisórias e projetos empurrados pelo Poder Executivo".
O líder do PFL revelou que não vai buscar apoio de partidos, mas de cada deputado individualmente, já que o voto para a Mesa Diretora é secreto. Ele afirmou ainda que a indicação de candidato à Presidência da Casa não é direito apenas da maior bancada da Casa - no caso, o PT.