Travestido de falso moralista Lula acaba de dar ‘um pito’ nos companheiros do PT ao desabafar que hoje o pessoal só pensa em arrumar um bom emprego e ponto final. Claro que ao pregar uma renovação de propósitos do seu partido, o ex-presidente contava com a falta de memória de grande parte da nação.

Essa tentativa do nosso ‘Brahma’ de descolar sua imagem do governo Dilma (sua criação que tenta sem sucesso caminhar com as próprias pernas) foi reprovada por motivos óbvios. Afinal, foi ele que colocou em pratica a política de partidarizar ( petizar) a administração com a nomeação dos companheiros em cargos de confiança com funções duvidosas de remunerações excepcionais.

Hoje, são 25 mil cargos ocupados por petistas de carteirinhas e sem qualquer sinal de enxugamento como bom exemplo da administração. Isso sem contar os companheiros de sindicatos e militância partidária que foram premiados no comando de estatais e órgãos de grande envergadura como o SESI e Petrobras.

Veja a irônica coincidência: o deputado Zeca do PT vem gritando aos quatro cantos sobre a necessidade de se prestigiar os companheiros petistas para os melhores cargos federais de chefia em nosso Estado. Mais um sinal de que aquela pratica iniciada no primeiro governo de Lula continua em pleno vapor sem o menor escrúpulo.

E mais: se Lula instituiu com sucesso o Mensalão para aprovar seus projetos no Congresso, Dilma está liberando emendas parlamentares como ‘gratidão’ pelos votos obtidos inclusive junto aos partidos aliados para aprovar a reforma fiscal. Apenas a denominação é diferente, pois na pratica sabe-se que os parlamentares estão atrelados aos interesses das empreiteiras, que por sua vez, costumam retribuir com generosidade.

Lula pecou ao dizer que o ‘PT ficou velho’, durante a visita do ex-primeiro ministro espanhol Felipe Suáres, pois seu partido jamais poderia ser comparado aos partidos socialistas europeus. Não há clima – como mostra o nível de insatisfação das pesquisas - para se pretender criar uma nova utopia, como prega Lula.

O Governo não fez o dever de casa e agora recorre aos ‘nobres congressistas’ para um ajuste fiscal que mais parece o ‘ajuste de contas’, com o contribuinte de costas para o ‘paredon’ esperando o tiro de misericórdia. De leve...

Por Manoel Afonso