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Protestos e crise rural cancelam exposição de Maracaju

Humberto Marques/Campo Grande News - 10 de maio de 2006 - 17:32

O “Alerta no Campo”, promovido por produtores rurais de Mato Grosso do Sul, levou a um protesto mais radical na cidade de Maracaju. Em entrevista concedida há pouco ao site Maracaju.News, o presidente do Sindicato Rural do município, Luiz Alberto Moraes Novaes, informou que este ano não será realizada a Expomara (Exposição Agropecuária de Maracaju).

A decisão foi tomada em reunião com o segmento rural na manhã de hoje, “onde todos optaram pela não-realização da exposição, devido ao clima em que se encontra o setor agropecuário. É um momento de manifestação, de reivindicação, portanto entendemos que não há possibilidade de realização da exposição de Maracaju”, disse. Em 39 anos, será a primeira vez que o evento não será realizado de forma consecutiva.

Os produtores de Maracaju participam desde os dia 28 de abril dos protestos da classe rural, que já atingem 60 municípios do Estado. “O nosso objetivo é recuperar a renda e a sustentabilidade da agropecuária brasileira, reconhecimento da importância do agronegócio para a economia brasileira, valor justo para os produtos agrícolas, como a questão cambial, política de preço mínimo compatível com custo de produção, revisão da política econômica, viabilizando a produção ao invés da especulação que não gera emprego, investimentos em infra-estrutura, principalmente rodovia e ferrovia, seguro agrícola, redução da carga tributária e renegociação das dívidas agrícolas com justiça”, resumiu o presidente do Sindicato Rural.

Os protestos vêm sendo realizados em frente a armazéns e por meio de bloqueios em estradas estaduais. Nos últimos dias, os manifestantes passaram, também, a ocupar as agências da Iagro e da Agenfa no Estado. O governo estadual conseguiu uma liminar proibindo esse tipo de manifestação, que, até agora, ainda se repete – pelo menos no que tange às rodovias estaduais, que foram liberadas no início da tarde de hoje.

Na manhã desta quarta-feira, também em Maracaju, os protestos chegaram à zona urbana, com o comércio trazendo faixas de apoio às manifestações. O presidente da Associação Comercial de Maracaju, Fernando Cristaldo, informou que o setor registra queda de 40% nas vendas, o que seria um reflexo dos problemas enfrentados pelos produtores. Na manhã de hoje, a Agenfa local continuou fechada.

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