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Protesto contra uso de armas reúne três mil pessoas

Lívia Albernaz/ABR - 21 de outubro de 2003 - 14:28

Brasília - Cerca de três mil pessoas reuniram-se hoje, na Esplanada dos Ministérios, para pedir paz e lutar por um “Brasil sem Armas”. Com cartazes e faixas, famílias de vítimas assassinadas por armas de fogo e estudantes de escolas públicas protestaram com o intuito de pressionar o Congresso Nacional para aprovar o Estatuto do Desarmamento.

O país lidera o ranking mundial de mortes provocadas por armas de fogo, que inclui homicídios, acidentes e suicídios. Segundo dados do Comitê Nacional de Violência, a cada 12 minutos, morre uma vítima de homícidio com arma de fogo no Brasil. Só no ano passado, cerca de 45 mil brasileiros foram assassinados com armas de fogo, número comparável ao de nprte-americanos mortos na guerra do Vietnã.

Em protesto contra essa realidade, crianças do projeto "Se Liga Galera", em ato simbólico, destruíram armas de brinquedo que foram recolhidas durante a Semana da Criança, no Varjão e na Ceilândia. Adolescentes da organização não-goveramental (ONG) "Picasso não pichava" pintaram uma faixa com mensagens de protesto, estendendo-a no gramado em frente ao Congresso.

Ao som da Ave-Maria, cantada pelo coral de cinqüentões da Universidade de Brasília, crianças, adolescentes e pais das vítimas deram-se as mãos e se emocionaram. Depois disso, os manifestantes, acompanhados por políticos como o deputado federal José Roberto Arruda
(PFL-DF) e o senador Paulo Octávio (PFL-DF), participaram da caminhada até o Congresso.

Durante o percurso, crianças e adolescentes carregaram duas mil cruzes em homenagem às vítimas de armas de fogo e as colocaram no gramado em frente ao Congresso. No local, os manifestantes foram recebidos pelo relator do Estatudo do Desarmamento na Câmara dos Deputados, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), e pelo líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (AL). O projeto ficará hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e amanhã (22) deve seguir para o plenário.

Para Marcos Rodrigues Oliveira, pai do adolescente Tiago Rodrigues, de 17 anos, assassinado há seis meses em Brasília, a passeata é uma forma de lutar pelo menos por uma sociedade melhor. “Para quem já perdeu um filho, é difícil, nada vai trazê-lo de volta, mas a gente está pedindo a ajuda das pessoas que possam solucionar esses crimes, tentando evitar outros”, disse ele.

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