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Programa de MS é escolhido para evento mundial

06 de junho de 2006 - 15:45


O Programa de Proteção à Gestante de Mato Grosso do Sul vem sendo destaque na comunidade médica nacional desde sua criação, devido aos avanços alcançados no diagnóstico de doenças durante a gravidez. Como prova da importância do trabalho realizado, dois estudos feitos por médicos do projeto foram selecionados para participar do XVIII Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia que acontecerá em Kuala Lumpur (Malásia), de 5 a 10 de novembro.

O congresso acontece a cada quatro anos - o último teve o Chile como anfitrião - e apenas dois trabalhos são selecionados por país. Este ano estudos sul-mato-grossenses representarão o Brasil. Os trabalhos foram inscritos pelo professor doutor do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Ernesto Antônio Figueiró Filho, que faz parte do programa de Proteção à Gestante, e vem buscando apoio para realizar a viagem à Malásia que, segundo ele, custa R$ 10 mil.

De acordo com Ernesto, a seleção para participar do Congresso é fato raro e de extrema importância para o Estado. “A participação de um brasileiro no Congresso é fato raro de acontecer, e coloca o Estado em destaque. Já tiveram outros, mas não sei informar se algum foi premiado. Inscrevi dois trabalhos. Ambos foram selecionados." Os estudos inscritos tratam do diagnóstico da toxoplasmose e de infecções como hepatite B e C.

O primeiro selecionado aborda a identificação da toxoplasmose durante a gravidez. Foram submetidas à triagem 32.512 gestantes no período de novembro de 2002 a outubro de 2003. Desse estudo, concluiu-se que a freqüência da toxoplasmose aguda materna apresentou-se abaixo do observado em outras investigações no Brasil. Entretanto a taxa de transmissão vertical (da mãe para o feto) não foi discordante do encontrado em outros estudos. Pôde-se identificar também que o diagnóstico da doença nas primeiras 12 semanas da gravidez pode evitar consideravelmente a transmissão para o feto.

O outro trabalho que será apresentado no Congresso trata de várias infecções que podem ser identificadas no pré-natal, como sífilis, rubéola, hepatites B e C, toxoplasmose, doença de Chagas, vírus simples do Herpes, HIV tipo 1, citomegalovírus (CMV) e HTLV I/II (vírus linfotrópico humano para células T). O estudo foi realizado com o mesmo número de gestante e no mesmo período.

As pesquisas foram realizadas com o apoio do governo do Estado, da Apae (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), da UFMS e da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto. A metologia aplicada foi a técnica do papel de filtro, método que tornou Mato Grosso do Sul referência em diagnóstico de Aids no País.

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