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Profissionais de enfermagem discutem saúde em MS

Cadú Bortolotto - 20 de novembro de 2006 - 20:45

O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN realiza sábado, dia 25, às 9h, no auditório do SENAC, em Campo Grande, sua primeira reunião de trabalho em Mato Grosso do Sul. Com a presença da presidente, Dulce Bais, o COFEN reunirá representantes dos conselhos de saúde do estado, diretores dos serviços de enfermagem, secretários de saúde, o Conselho Regional de Enfermagem a representação estadual da Associação Brasileira de Enfermagem, das Comissões Institucionais de Ética, além de profissionais e estudantes de enfermagem para discutir o modelo de saúde pública e privada desenvolvido hoje em Mato Grosso do Sul e no Brasil, do ponto de vista do profissional de enfermagem.

Segundo Dulce Bais, no que diz respeito à enfermagem, a recomendação da Organização Mundial de Saúde é que atue, no Brasil, um enfermeiro, para cada 500 habitantes. No entanto, só em Mato Grosso do Sul existe mercado para a contratação de mais de três mil enfermeiros, com piso salarial a partir de mil e duzentos reais. Para cada enfermeiro trabalhando no Estado hoje há a necessidade de contratação imediata de mais três, de acordo com as regras da OMS. De acordo com a presidente do Conselho, o mercado de enfermagem no Mato Grosso do Sul possui um déficit de 3.153 enfermeiros graduados. Além dessa questão, estarão em discussão no Encontro o início do trabalho de divulgação nacional das tarefas realizadas pelo COFEN e o modelo de reestruturação administrativa, financeira e política da autarquia visando o conceito de Saúde para Todos.

FISCALIZAÇÃO e CURSOS

Através da fiscalização dos Conselhos Regionais de Enfermagem (CORENs), o COFEN pretende trabalhar para corrigir o déficit de enfermeiros graduados nas instituições de saúde públicas e privadas. De acordo com a recomendação da OMS, é necessária uma quantidade mínima de um enfermeiro graduado para cada grupo de 500 habitantes e não é o que se observa em Mato Grosso do Sul. Segundo a presidente do COFEN, o estado tem hoje uma população de dois milhões duzentos e setenta habitantes .

- Teríamos, só aqui, a necessidade de trabalho para quatro mil e quinhentos enfermeiros graduados. Mas só existem, em todo o Estado, inscritos 1.347 enfermeiros. O déficit é de 3.153 profissionais – explicou Dulce Baís.

A maior concentração de profissionais está em Campo Grande. A defasagem na Capital é de duas vezes e meia comparando-se com o número de enfermeiros inscritos. Mas em todo o Estado a defasagem é maio e chega até três vezes e meia. Para esclarecer, ela cita que a população do município de Campo Grande é de 720 mil habitantes (estimativa de 2005), que são servidos por 663 enfermeiros graduados.

- Temos a necessidade de contratação imediata de mais 971 enfermeiros, correspondendo, portanto, a duas vezes e meia o número existente, a fim de garantir assistência de enfermagem de excelência – afirmou a presidente do CONFEN.

Ressaltando que a tendência dos profissionais de enfermagem é de se estabelecerem nas capitais, Dulce Bais lembrou que a demanda no interior é maior que na capital. Ela lembra que os principais municípios do estado, como Dourados, onde a demanda é forte, o município têm necessidade de contratação de 880 enfermeiros graduados., porque nele atuam somente 148. Essa defasagem está sendo atendida paulatinamente, uma vez que em Dourados funcionam o curso de enfermagem da Universidade Estadual e o curso de uma instituição privada. Por enquanto, esse curso é novo e ainda não formou a primeira turma e a Universidade Estadual forma, por ano, em Dourados, somente 30 alunos.

- Na capital, temos dois cursos privados e o da Universidade Federal com número de ofertas de vagas bem superior aos que os cursos de Dourados oferecem. Já em Três Lagoas existe espaço para contratação de 175 enfermeiros, quando na verdade o mercado tem hoje apenas 54 trabalhando. Em Corumbá a situação é mais crítica ainda. Temos 32 enfermeiros em atividade e vagas para 200 profissionais graduados. Uma necessidade seis vezes e meia maior. – explicou a presidente do CONFEN.

Segundo ela, para que os programas de saúde sejam realizados a contento é necessário que os gestores contratem mais enfermeiros graduados.

- O modelo hospitalocêntrico, que é o hospital como o centro de referência em saúde, é um equívoco. Na verdade a atenção básica em saúde para a comunidade é a referência e não o hospital. No modelo hospitalocêntrico a saúde é dirigida aos doentes , quando o enfoque deve ser sempre a saúde preventiva . Para isso , temos que desenvolver uma proposta comunitária de saúde para todos - afirma Dulce Baís.

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