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Professores querem discutir código de ética

Marina Domingos/ABr - 22 de julho de 2004 - 08:08

A discussão de um código de ética para os professores é um dos debates que promete aquecer as discussões do 4º Congresso Mundial da Internacional da Educação, que começa hoje em Porto Alegre (RS). Apesar de não serem profissionais liberais, os professores pretendem lançar as bases de um documento que deverá servir de orientação aos profissionais de todo mundo. “É um código que vai mostrar como deverá ser o profissional ideal na área de educação”, revela a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Juçara Vieira.

A entidade brasileira é anfitriã do evento e a expectativa é de que os participantes saiam com resoluções que envolvem o papel dos professores na sociedade, as soluções para o financiamento da educação nos países pobres e em desenvolvimento, e a adesão dos educadores a campanhas mundiais como a de combate ao trabalho infantil.

“Achamos que a educação tem uma função de assegurar a cidadania, mas também pode e deve definir um projeto de desenvolvimento harmônico com inclusão social”, ressalta Juçara Vieira. A Internacional da Educação reúne atualmente 29 milhões de professores.

Segundo a presidente da CNTE, a intenção de formular diretrizes para um código de ética dos professores será um desafio. Pesquisa recente da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) revelou que quase 60% dos professores ouvidos declararam ser inadmissível que uma pessoa tenha experiências homossexuais e 21% disseram não desejar ter homossexuais como vizinhos. “Professores devem ter uma postura mais democrática. Não se pode discriminar alguém em função da sua opção sexual”, destaca.

A paixão dos alunos pelas professoras também está com seus dias contados. De acordo com Juçara Vieira, o código poderá arbitrar situações polêmicas como o caso de uma professora americana que se envolveu com o aluno de 13 anos e chegou a ficar grávida do menor. “Seria uma forma de o professor ter uma posição de respeito de não criar constrangimentos em relação ao aluno dentro da sala de aula”, explica.

A educadora ressalta ainda que o código de ética servirá como instrumento de proteção e não de punição. Mas admite que entre as propostas está a de que os professores infratores percam pontos para as classificações nos planos de carreira, diminuindo chances de promoção e melhores salários: “Não tem caráter punitivo, mas podemos incorporar a possibilidade de controle das carreiras.”

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