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Geral

Professores dizem haver erros no Enem

26 de setembro de 2005 - 13:56

A prova de redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi realizada ontem por cerca de 3 milhões de candidatos e, segundo a avaliação de professores de cursinho, apresentou duas questões que não permitem respostas e uma terceira que teria duas alternativas corretas. Erros de português e imprecisões também foram apontados.

Segundo o coordenador do Anglo, Sezar Sasson, os erros de linguagem chamaram a atenção. "Isso não aconteceu no ano passado. Houve falta de crase, vírgula, problemas de concordância", disse. "Não pode acontecer esse tipo de coisa, a primeira competência cobrada é o domínio de linguagem. É uma pena, pois é um formato de prova em que acreditamos e mede mais competências do que o conteúdo", afirma.
O professor de português do Objetivo Fernando Teixeira de Andrade diz que há duas respostas para a questão 63 da prova amarela. A questão comparava um trecho do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, a um desenho de Cândido Portinari e perguntava se o quadro era fiel à descrição.

Para ele, as respostas A (desenho tem detalhes que não constam no texto) e B (cena é fiel ao texto), são corretas. "O conceito de fidelidade relacionado à transposição do verbal para o visual não se aplica. A imagem não deixa de ser fiel ao espírito do texto."
O professor afirma ainda que a prova apresentou dois erros de transcrição de trechos literários de Mário de Andrade -que teve um erro de digitação- e de Carlos Drummond de Andrade, com problema na divisão de estrofes do "Poema de Sete Faces".

A coordenadora de português do Etapa, Célia Passoni aponta problemas na questão 25 da prova amarela, sobre um desenho de Henfil. Na sua avaliação, a tira não faz crítica à situação dos trabalhadores, como está no gabarito. Segundo ela, nenhuma das alternativas apresentadas eram cabíveis.

O coordenador do Anglo ainda destaca que a questão 49 da prova amarela, que tratava sobre biologia, teria ficado sem resposta por um problema no gráfico apresentado, que inverteu a legenda.

A coordenadora do Objetivo, Vera Lúcia Antunes, afirma que as imprecisões saltaram aos olhos nesta edição da prova. Mas pondera: "Houve questões muito bem feitas também". Outra crítica que ela faz é sobre o caráter interdisciplinar do exame, que ficou restrito a química, biologia, geografia e português. "História, por exemplo, só teve uma pergunta".

Redação
A redação deste ano versou sobre o tema do trabalho infantil. Diferentemente do ano passado, quando abordou a criação do Conselho Federal de Jornalismo, problema em pauta naquele momento, o tema deste ano deixou de lado a conjuntura política e o escândalo do "mensalão".

Para a professora Maria Aparecida Custódio, do laboratório de redação do Objetivo, o tema era "previsível". "Já era esperado que a crise política não passaria nem perto do Enem", disse. "A novidade da proposta deste ano é que, entre os quatro textos para reflexão, um deles defendia o trabalho infantil, falando do traço de formação do caráter."

Daniele Vitoriano, 18, e Flávia Araújo, 17, prestaram o exame pela primeira vez. Alunas de uma escola pública no centro da cidade, elas deverão utilizar a prova para ingressar no Prouni (Programa Universidade para Todos). "Fiz as 15 linhas da redação, que era o pedido", disse Daniele.


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