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Geral

Professor gago urinava nas calças para escapar de bullying

Livraria da Folha - 14 de agosto de 2011 - 08:15

\\\\\\\"Poderia ser pior...eu poderia ser gago e ter a sua cara\\\\\\\", com esse bom humor, o professor Claudio Ramirez desmontava a chacota de seus alunos motivada por sua dislexia fonética. No livro \\\\\\\"Bullying: Eu Sobrevivi!\\\\\\\", o profissional divide com os leitores os apertos que passou por causa da gagueira e os métodos que desenvolveu para resistir à gozação na escola e no trabalho.

Na infância, para não enfrentar a situação, Ramirez começou a urinar nas calças para poder voltar para casa antes da hora. Como a fala alimentava os seus detratores, era calado e solitário. Gostava de observar os lábios falantes de quem tinha a dicção perfeita.

Aos poucos, e por si só, conseguiu superar seu problema. Ao chegar no mercado de trabalho, como professor, atividade onde as palavras tem papel fundamental, teve que enfrentar novos desafios e também teve sucesso.

Por isso, o autor toma cuidado ao falar sobre os abusos escolares. Para ele, a preocupação dos pais não deve sobrepor-se à capacidade dos filhos de amadurecerem e resolverem seus próprios problemas, apenas com acompanhamento e orientação.

É essa justa medida, entre a presença dos pais e a ação dos filhos, em conjunto com suas próprias experiências, que ele tenta passar na obra.

\\\\\\\"Não sei se foi exatamente nessa mesma época, mas comecei a urinar nas calças: isso garantia a volta para casa. O raciocínio era algo assim: vou à escola para agradar à minha mãe, mas, antes de ser alvo de risadas, eu urinava nas calças e, em pouco tempo, estava em casa, acompanhando os lábios de algum adulto que sempre dizia a mesma coisa. O carinho, no final, compensava tudo, mesmo sabendo que no próximo dia os olhares e as risadas teriam mais motivos e seriam mais intensos. Um dia, contudo, alguém teve a grande ideia de mandar uma troca de roupa que me fazia permanecer na escola mesmo após o \\\\\\\"acidente\\\\\\\". Eu teria, então, que encontrar outro meio de fugir das risadas. O que mais me surpreende, hoje, é o fato de que os adultos nunca me perguntavam o porquê desse comportamento: apenas me davam conselhos, sermões, e, de vez em quando, me faziam ameaças. Teria sido tão fácil se alguém apenas se preocupasse mais comigo do que com as calças molhadas!\\\\\\\"

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