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Prof. Rosildo Barcellos: ninguém se entende!

Prof. Rosildo Barcellos* - 30 de maio de 2007 - 06:10

Em 2007 completei 15 anos como articulista. É certo que ao fazer tudo isso, adquiri um conhecimento incomum e privilegiado, assim como poderes de uma amplitude que jamais poderia ter imaginado. Entretanto na maioria das vezes pensara que quando aceitamos as coisas, de uma maneira natural elas nos sobrepujam de um modo ou de outro.
Ouso inferir que isso não é verdade,não há supedâneo, em absoluto.
O que me valeram estes anos todos foi entender que somente aceitando as coisas e procurando entende-las é que nós podemos assumir uma atitude em relação a elas. Desatando os nós e algumas amarras do passado para enfrentar a vida como ela é.A que ponto chegamos ...imagino propugnar agora por fazer o jogo da vida.
Então chegamos ao ponto crucial. Como faremos isso?
Em primeiro lugar devemos ser receptivos a tudo que nos chegar, tanto faz se for bom ou mal, sol e sombra alternando-se eternamente;dívidas amontoando-se,ligações dos cobradores (faz parte) e,desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos e assim poder entender a limitação das pessoas ao nosso redor .
Só que esbarrei num grande problema : a linguagem . Ainda estou decidindo se sou eu que não entendo as pessoas ou são elas que não me entendem. Mas isso eu falo de maneira geral tenho certeza de que algo parecido acontece consigo meu caro leitor. Poderia citar quão diferença em ouvir Alcione de 15 anos atrás e a Tati quebra barraco de agora;mas esse assunto é tão vasto que deixo para o próximo artigo se Deus permitir.
Mas quero me reportar a uma nova linguagem : a do mundo virtual. Ainda semana passada comentei sobre o second life. Não sei se vocês foram lá conferir mas de concreto é que o “estadao” já está ancorado lá como o primeiro jornal virtual do metamundo.
Sim o mundo real está sendo invadido pelo mundo virtual e é essa a minha preocupação pois algumas pessoas não conseguem dissociar uma linguagem da outra. É uma seqüência de simplificações informais e que com a difusão dos avatares, chats, nicks, orkuts e blogs causam uma grande preocupação para todos os pais e educadores que me procuraram para falar sobre esse assunto.
Percebi isso também assistindo a um quadro do programa do Luciano Huck aos sábados na vênus platinada.Tal espaço tem ênfase na soletração, e, vi tanta gente sofrendo, não porque estava torcendo mas porque também não sabia. Desde domingo por conta própria comecei a fazer um mini-dicionário internetês – português onde já constam por exemplo :
Tc=teclar demais=d++ porque=pq aqui=aki não = naum de=d
Talvez possa ir mais além.Que tal uma gramática de bolso com a exordial a partir da grafia correta das palavras e de seus significados.Para aqueles que esqueceram que mal e mau tem diferença ou ainda aquelas que parecem mas não são:deferir (aceitar) e diferir (diferenciar);flagrante (evidente,no ato) e fragante(perfumado); infringir (desrespeitar) e inflingir (aplicar) ou ainda um vernáculo para apimentar esse texto: incipiente(iniciante) e insipiente (ignorante). Quantos de nós sabemos isso ? Não quero afirmar que a nossa língua culta está ameaçada, longe de mim dizer isso; mas que as pessoas entendem cada vez menos umas às outras parece óbvio.Agora, projetem isso para mais uns dez anos,o que poderemos esperar. As famílias não conversam entre si, os pais não sabem da vida dos filhos... seus anseios e suas expectativas,ou seja mais e mais pessoas com depressão, estresse e fobias. Os filhos já pensam em como repartir a herança depois que os “velhos” se forem. E eu con! tinuo aqui achando que ainda posso mudar o mundo através da educação. Triste fim de Policarpo Quaresma.


*articulista , contista e professor

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