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Produtores rurais de MS criticam desapropriação

Vinicius Konchinski /ABr - 09 de outubro de 2008 - 08:00

São Paulo - O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Silva Junior, disse hoje (8) que não é favorável à compra de propriedades rurais no sul do estado para que sejam entregues pelo governo a índios da região. Apesar de o governo estadual ter firmado um acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai) prevendo o pagamento de indenização a agricultores prejudicados por demarcações, ele afirmou que a questão não envolve só dinheiro e deveria ser vista com mais critério.

“O pagamento pela terra nos preocupa”, disse Silva Junior, durante evento da Sociedade Rural Brasileira (SRB), em São Paulo. “A demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul não é uma questão de propriedade privada, mas sim uma questão de soberania nacional.”

Ele disse que a região sul do estado, foco da discussão, é uma das áreas mais produtivas do país e abriga em seu subsolo grande parte do Aqüífero Guarani, uma das maiores reservas de água potável do mundo.

O presidente da Famasul reconhece que, em alguns casos específicos, há necessidade de ampliação de terras indígenas, e garante que a federação está disposta a discutir uma solução para isso. Porém, afirmou que essa solução passa por uma mudança na política indigenista do país.

“Os índios precisam de saúde e educação. Só terra não vai resolver”, disse. “Os índios têm uma taxa de natalidade sete vezes maior do que o restante da população. Você amplia a terra deles hoje e daqui a um tempo eles estão precisando de mais”.

A secretária do Desenvolvimento Agrário de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina da Costa Dias, também afirmou que, mais do que a ampliação de territórios, os índios do estado precisam de saúde e incentivo à produção. Ela defendeu, no entanto, o pagamento pelas propriedades demarcadas como reservas indígenas. “A demarcação é possível desde que a área seja comprada dos produtores.”

Procurada para comentar as declarações de Tereza Cristina e Silva Junior, a Funai não se manifestou até o momento.

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