Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Sexta, 19 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Produtores reclamam do preço do boi

Famasul Notícias - 29 de março de 2005 - 14:33

Pecuária de corte iniciou 2005 mantendo o ritmo de perda de renda já constatado em anos anteriores O preço do gado precisaria subir de 10% a 20% para devolver pelo menos em parte a rentabilidade dos criadores, afirma o presidente da Associação Brasileira de Criadores (ABC), Luís Alberto Moreira Ferreira. Levantamento feito pela ABC revela que o preço esperado pelos criadores para a arroba é de R$ 78, enquanto a cotação atual está em torno dos R$ 60. A pecuária de corte iniciou 2005 mantendo o ritmo de perda de renda já constatado em anos anteriores, resultado da combinação de queda do preço pago pelo boi e alta dos custos de produção. Segundo Ferreira, a queda na rentabilidade da atividade está impedindo os produtores de reinvestir. De acordo com estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-USP), no ano último ano, os custos de produção subiram 10,10%, enquanto que o preço pago pelo gado caiu 0,03%. De acordo com a CNA, o criador de gado está sendo obrigado a vender matrizes para manter-se capitalizado. Ao abater fêmeas, o segmento compromete a capacidade de expansão e de reposição do rebanho no futuro. “A falta de entendimento entre produtores e frigoríficos sobre repasse da pressão de custos compromete ainda mais a atividade”, afirma Ferreira. No último ano, 35% do total de abates envolveu fêmeas e este ano a proporção está acima de 50%. Análise da CNA mostra que entre janeiro de 2003 e janeiro de 2005 o preço do boi subiu 4% e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 15,7%. Segundo a CNA, a comparação prova que há um processo de transferência de renda na cadeia da pecuária de corte, com perda para os criadores de gado, opinião compartilhada por Ferreira. “O Brasil está exportando mais e com maior valor agregado, mas só os frigoríficos estão se beneficiando”, critica Ferreira.

SIGA-NOS NO Google News