A dificuldade para renegociar as dívidas das últimas duas safras, a queda do dólar e a estiagem em algumas regiões de Mato Grosso do Sul, estão criando um clima de pessimismo nos produtores rurais do Estado.


O vice-presidente da Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Ari Basso, acredita que estes fatores devem ser os principais responsáveis por uma queda de até 20% na produção de grãos na próxima safra. Para ele, a situação dos produtores rurais em MS é delicada, já que além das dívidas, é necessário enfrentar o aumento dos custos de produção que, segundo ele, tornam inviáveis grandes investimentos mesmo para aqueles que não utilizam financiamento para custear o plantio.


De acordo com Basso, os agricultores já admitem uma redução de área de pelo menos 10% no Estado. “Se o clima não ajudar pode reduzir ainda mais, pois o produtor rural não tem recursos e não tem como investir na lavoura”, explica.


Já para o presidente da Aprossul (Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso do Sul), Carmélio Romano Roos, a morosidade do governo na adoção de mecanismos para renegociar as dívidas como o fator principal para se acreditar em uma queda de produção para a próxima safra. Segundo Carmélio Roos, os agricultores estão na contagem
regressiva para definir o plantio e ainda continua a questão de renegociação da dívida e isso deve refletir em atraso e até em quebra de safra no Estado.


Ele revela que o produtor rural ainda nem comprou defensivos e sementes, sendo que a os agricultores já admitem uma redução de área pelo menos 10% no Estado. “Os que renegociaram e os que não renegociaram estão esperando novo financiamento. Além disso, os bancos ainda nem fizeram o pré-custeio, que normalmente é feito em abril, e nós já estamos no liminar de definir o que vamos plantar que variedades vão escolher e quantos hectares serão plantados”, explica.

Autor:
Diário MS