Produção de grãos no Mato Grosso do Sul deve aumentar 25%


O grupo técnico responsável pela Coordenação das Estatísticas Agropecuárias de Mato Grosso do Sul se reuniu na Superintendência Federal da Agricultura (SFA/MS), em Campo Grande para apresentar os novos números preliminares da safra 2009/10 que reforçam produtividade recorde para esta safra, especialmente com a contribuição do milho safrinha. Segundo os dados apresentados pelos técnicos do IBGE a produção de grãos atingiu 3.050 kg por hectare, aumento de aproximadamente 25% se considerado o índice calculado para a safra passada divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Com base nos novos registros, a produção de grãos pode ultrapassar 5 milhões de toneladas no Estado.



A maior parte da safra de soja ainda está estocada nos armazéns, o que tem despertado a preocupação do governo, uma vez que em breve será colhido o milho safrinha e faltará espaço para armazenamento. Por outro lado, as parcelas de financiamentos para custeio da safra também começam a vencer no mês de maio e os produtores terão que descobrir alternativas para comercializar os estoques.



Os produtores estão segurando a soja, à espera de melhores preços, uma vez que o valor médio pago pela saca na região de São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul está girando em torno de R$ 30,00, contra R$ 40,00 recebidos pelos produtores na safra passada.



O Superintendente Orlando Baez, explicou que muito embora tenha ocorrido redução da área plantada em relação à safra anterior e o valor pago pela saca menor que em 2009, a lucratividade do produtor aumentou porque o custo de produção teve uma ligeira queda, segundo dados apresentados pela Embrapa Agropecuária Oeste, e a produtividade surpreendeu em função das boas condições climáticas. Para Baez, às chuvas regulares e os investimentos em tecnologias, minimizaram as perdas com ataque de pragas e doenças. A SFA/MS não registrou aumentos significativos de produção de rações e abates de aves e suínos no período, como justificativa para comprovar a tendência de aumento na produção.



A queda no preço dos fertilizantes e outros insumos no Mato Grosso do Sul, foram os responsáveis pela redução nos custos de produção da cultura da soja convencional para a safra 2009/10. Os principais motivos apontados pelos técnicos foram a redução da demanda por insumos, estoques elevados de adubos, a desvalorização do barril de petróleo, a baixa cotação do dólar e redução no preço das matérias-primas usadas na produção dos fertilizantes, principalmente as derivadas de petróleo. Na safra anterior, os fertilizantes representavam, em média, 33,6% do custo total, e nesta safra têm um impacto médio de 23,8%.



Tomando como base os custos calculados pela Fundação MS e o aumento de produtividade, a lucratividade do sojicultor no atual patamar de preços é 128% maior, passando de R$ 173,00, na safra passada para R$ 395,00.