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Procon está fechado; Executivo muda ex-dirigente de função e ela desabafa

Bruna Girotto - 04 de julho de 2013 - 15:22

Sônia Cristina era a responsável pelo Procon em Cassilândia (MS). O programa Rotativa no Ar recebeu a informação de que o Procon estava fechado e, ao procurar Sônia, encontrou-a trabalhando no CRAS. Ao programa, ela concedeu entrevista para explicar o motivo do fechamento e de sua mudança de função.

Ela disse que realizou cursos on-line e apostilados para poder trabalhar no Procon. "Eu não sou concursada para trabalhar no Procon. Mas como a prefeitura tem o direito de mudar o funcionário de função, no dia 07 de janeiro me mandaram para o Procon, que eu estava dirigindo", iniciou sua explicação.

No dia 16 de junho de 2013, segundo informou, ela foi ao centro da cidade comprar algumas coisas. "Entrei na loja e olhei uma 'saleira' e perguntei para a vendedora, eu gostaria de levar, mas lá fora está um preço e aqui dentro está outro. Não pode, porque a placa está indicando. Ela falou: 'se você não quer a 'saleira', você deixa aí que outro leva'. Foi dessa maneira que ela me falou. Eu falei: 'mas você não pode me tratar assim, porque eu sou consumidora como qualquer outra, eu só estou te explicando que isso é propaganda enganosa".

Segundo Sônia, a vendedora ficou nervosa e a expulsou da loja: "Ela falou: 'se retira do meu estabelecimento por favor; eu quero que você sai para fora". Aí tinha um senhor que falou para mim: 'Dá licença, você pode se retirar porque ela está nervosa'. Eu saí e chamei a polícia. A Policia chegou e perguntou o que estava acontecendo. Disse, eu vim como consumidora, pelo o que eu entendo, pelo o que me capacitei, eu sou dirigente do Procon, mas não estou aqui a serviço, mas pelo o que eu entendo está errado. Isso não pode acontecer".

Em seguida a Polícia disse para ela registrar um boletim de ocorrência.

"Eu larguei mão disso. Não mexi com isso mais. Na segunda-feira, dia 17, voltei ao Procon para trabalhar, trabalhei até na sexta-feira, para mim estava tudo normal. Quando foi na sexta-feira, o César, que é administrador geral, me ligou. Ele me chamou e falou: 'você não vai mais trabalhar no Procon'. Eu perguntei: 'Por que?' Ele não quis justificar. Então eu falei que queria falar com o prefeito. Ele disse que o prefeito estava viajando. Aí eu peguei e liguei no celular do prefeito e ele não atendeu, quem atendeu foi a dra. Nadir. Aí eu falei: 'Cadê o prefeito'? Ela falou: 'Ele está em reunião e não pode atender. O que está acontecendo, Sônia?' Eu falei: 'O César falou que eu não vou trabalhar no Procon mais e eu queria saber o porquê'. E ela respondeu: 'Porque você está cheia de picuinhas. Você escandalizou a cidade. Então é por isso. E outra coisa, segunda-feira, na hora que a gente chegar aí, a gente conversa. Vou desligar porque eu estou ocupada. Segunda-feira, na hora que chegar aí, você vai na prefeitura que a gente conversa', teria sido o diálogo das duas, segundo informou Sônia ao Rotativa no Ar.

Conversa - Na segunda-feira, Sônia disse que foi até à prefeitura para conversar com a procuradora do município, Naudir Gaudioso. "Eu fui. Cheguei lá 8h. Mas aí o Carlinhos estava em uma audiência na Câmara. Cheguei lá, ele olhou pra mim, ela olhou pra mim. E eu voltei para a prefeitura, subi e fiquei lá no gabinete. Fiquei lá das 8h às 2h da tarde. Nenhum dos dois falou comigou. Fui embora. Voltei na terça. Fiquei das 8h às 10h30, a mesma coisa. Nenhum dos dois me deu satisfação. Eu peguei, voltei e fui trabalhar no Procon", disse.

E continuou: "Aí quando foi 12h30 o César me ligou falando que a doutora [Nadir Gaudioso] queria falar comigo. Aí fui para lá. Cheguei lá, conversando com ela, falei que eu não queria sair do Procon, porque eu estava fazendo o que eu gosto e eu me capacitei para isso. Eu falei para ela que eu estava me dedicando ao máximo para poder fazer o que eu aprendi. E outra coisa, eu aprendi sozinha. Por que que ia me punir disso? Aí ela falou para mim, que nem tudo é para sempre. Que eu sou uma pimentinha, então tem certas coisas que a gente tem de deixar para lá. Por causa de uma coisa tão pequenininha dessa, eu fazer o escândalo que eu fiz. Uma cidade pequena dessa, eu não tenho que fazer esse tipo de coisa. Foi o que ela falou para mim. Aí falei: 'fazer o quê, pra onde é que vocês vão me mandar?' Ela falou: 'isso aí é com o César, você resolve com ele. Pra onde ele te mandar, é para onde você vai. Falei com ele, ele mandou eu ir para o RH, e o RH mandou eu voltar no outro dia. Quando foi no outro dia, fui para Pronav falar com a Cecília e ela me mandou aqui para o Cras. E aqui eu estou até hoje".

E disse indignada: "Eu recebi 200 casos, e não recebi um elogio. Um pequeno vacilo, era dia de sábado, eu não estava a trabalho, eu só quis explicar para a moça o direito do consumidor. Isso não era motivo para me mudar de cargo. Mas a dra. Nadir falou pra mim, que eu sou concursada para gari, mas não para função que eu estava. Mas se eu estou na função que eu estou, é porque eles me colocaram . Eles me colocaram na contabilidade, no gabinete, na agência de empregos, no lixo, eu fiquei mais tempo no lixo, e agora estou no Cras. Acho que se eu não tivesse capacidade, não era para passar por todos os lugares por onde eu passei".

E finalizou: "De 7 de janeiro ao último dia que fiquei lá, nunca levei nenhum caso no fórum. Consegui resolver lá. Se tiver alguém contra mim, que se manifeste. Infelizmente a gente não consegue agradar todo mundo".

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