Luiz Felipe Scolari falou duro na sexta-feira, disse que não havia voltado ao Brasil para passar vergonha. Mesmo com a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR, a primeira em sete jogos desde que retornou ao Palmeiras, o treinador lembrou que o trabalho para colocar o time no lugar será bastante árduo.

\"Continuo em nono lugar (no Campeonato Brasileiro, com 19 pontos). Essa é a condição do Palmeiras. Vim para brigar pelas primeiras posições, por vaga na Libertadores, para disputar títulos. Então, naturalmente, continuo envergonhado. Não quer dizer que, de um dia para ou outro, a situação fique tranquila só porque ganhei uma partida. E também porque perdi não vou ficar apavorado\", apontou.

Depois da derrota para o Vitória, no meio de semana, em Salvador, Felipão avisou que mexeria no esquema tático e em quatro ou cinco peças do time. Prometeu e cumpriu. Armou a equipe com três zagueiros. Sacou Deola, Vítor, Pierre e Ewerthon para escalar Marcos, Fabrício, Tinga e Luan.

As mudanças não poderiam piorar a equipe, dizia o treinador. \"Que piora pode haver?\", questionou durante a semana, irritado com a fraca atuação de seu time na estréia da Copa Sul-americana. A ideia era mexer com o brio dos atletas, para que mostrassem menos aceitação e mais vibração.

\"Tinha que mudar algo, tinha que ter sangue, espírito, alma palmeirenses. Ontem (sexta-feira), deixei os jogadores bem explicados do que nós pretendíamos. Foi importante, ótimo. Parece que houve um acordar de sentimentos de gostar não do Palmeiras, do salário, mas do futebol mesmo\", concluiu.

De fato, houve maior entrega em campo. Alvo de cobranças do treinador em Salvador, o atacante Tadeu foi um dos que mais tentaram se superar na base da raça, assim como seu companheiro de frente, Luan. Só que Tadeu se esforçou demais e foi expulso ao receber dois cartões amarelos.