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Geral

Presidente do Incra critica produtores rurais de MS

Dourados News - 23 de novembro de 2004 - 13:20

O presidente do Incra, Rolf Hackbart, fez referência dura aos produtores rurais de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Durante a Conferência Nacional Terra e Água: Reforma Agrária, Democracia e Desenvolvimento, que se realiza no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, Hackbart disse que os ruralistas são organizados, mas que "os setores que se auto-intitulam agrobusiness são aqueles que balearam os acampados em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul". A declaração foi feita para cinco mil sem-terra, que participam do encontro. Na ocasião, Hackbart também admitiu que a meta deste ano de assentar de 115 mil famílias não será cumprida.

O presidente do Incra conclamou os trabalhadores rurais e os sem-terra a se organizarem para obtenção de mais recursos para reforma agrária e para pleitear recursos de convênios (para educação principalmente, e também para reestruturação de assentamentos, construção de estradas etc), observando que os fazendeiros são muito organizados. Referindo-se a organização do agrobusiness, Hackbart citou o nome do dono da Fazenda Nova Alegria, Adriano Chafik, suspeito de envolvimento no assassinato de cinco integrantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) ocorrido no sábado em Felisburgo (MG).

Metas

O presidente do Incra disse hoje que o Estado ainda é "incompetente" para fazer a reforma agrária no País, mas que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando para fazer uma reforma agrária planejada, garantindo qualidade ao programa. Ele informou que, até agora, foram assentadas 69 mil e previu que será possível chegar a 90 mil famílias. Um dos motivos apontados por ele é que já foram gastos todos os recursos disponibilizados para compra de terras, este ano (R$ 1,025 bilhão).

"Nós precisamos de mais recursos para obtenção de terras", afirmou, relatando que já está pronto um projeto pedindo a liberação de mais R$ 200 milhões, mas disse que, mesmo assim, o valor será insuficiente. Hackbart lembrou que começou o ano com dotação de R$ 400 milhões para compra de terras para reforma agrária e que já obteve uma suplementação de R$ 625 milhões.

Hackbart disse também que, em virtude dessas dificuldades orçamentárias, o governo tem de fazer convênios com prefeituras e governos estaduais para viabilizar projetos de reforma agrária. "Precisamos fazer parcerias com as prefeituras", afirmou. Em vários momentos, Hackbart foi muito aplaudido pela platéia. Um deles foi quando ele acentuou a importância dos convênios com prefeituras, observando que "não é nos gabinetes, em Brasília, que se vai conseguir fazer a reforma agrária".



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