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Presa quadrilha acusada de desviar R$ 63 milhões

Ivy Farias/ABr - 01 de setembro de 2008 - 19:40

São Paulo - A Polícia Civil de São Paulo, em ação conjunta com as Secretárias de Saúde e de Segurança Pública, desmantelou hoje (1) um esquema que, segundo dados preliminares da investigação, desviaram cerca de R$ 63 milhões do governo do estado.

De acordo com a polícia, nove pessoas foram presas acusadas de formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsificação de laudos médicos e perigo à saúde e a vida de outrem. Entre os presos estão uma advogada, um médico e administradores de uma organização não-governamental.

Eles ajuizaram 15 ações cíveis contra o estado de São Paulo pleiteando a compra de remédios para o tratamento de psoríase, doença crônica não contagiosa, que provoca manchas vermelhas na pele.

“Esta investigação é a ponta de um barbante. Vamos continuar apurando para desatar este nó”, disse o governador de São Paulo, José Serra.

De acordo com o governador, é possível que hajam outras fraudes semelhantes a da quadrilha em todo o estado, e até mesmo no país.

“As pessoas se aproveitam da facilidade prevista na Constituição para dar golpes no dinheiro do contribuinte”, disse.

De acordo com a Polícia Civil, as pessoas com a doença procuravam a Associação dos Portadores de Vitiligo e Psoríase do Estado de São Paulo, com sede em Marília, interior do estado, que encaminhava para um médico, que falsificava um laudo para pedir remédios que não estavam na lista do Sistema Único de Saúde (SUS).

A partir daí, um advogado ajuizava uma ação contra o estado pedindo o pagamento do remédio, que custa R$ 5 mil por paciente.

“Quem ganhava com isso eram os três laboratórios, que vendiam o remédio para o estado”, disse Alexandre Zakir, delegado que conduziu o caso.

Além do médico e dos dois advogados, foram presos ainda três representantes comerciais dos laboratórios Wyeth, Mantecorp e Serono e duas diretoras da ONG.

“Os pacientes, o estado e a Justiça são vítimas desta quadrilha, que agiu de má-fé baseada em um princípio constitucional”, disse o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata.

Os 15 pacientes que tomaram a medicação passarão por uma junta médica para reavaliar o tratamento.

“Aos poucos eles estão sendo avisados que foram lesados”, disse o secretário de Saúde.

Segundo apurou as investigações, dos 15 pacientes, três não tinham doença alguma, e desenvolveram pneumonia pela ingestão indevida das drogas.


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