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Prefeitos querem parar estudos antropológicos de terras demarcadas

Campo Grande News/ Mariana Lopes - 06 de maio de 2013 - 16:01

Em reunião na manhã de hoje, realizada na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, na qual foi discutida a situação atual dos municípios que respondem ao CAC (Compromisso de Ajustamento de Conduta), prefeitos e deputados elaboraram uma proposta de paralisação dos estudos antropológicos de terras demarcadas para encaminhar ao Senado.

De acordo com o prefeito de Iguatemi, José Roberto Felipe Arcoverde (PSDB), a proposta é de definir os processos demarcatórios que ainda não foram feitos antes de prosseguir com os estudos de outras áreas. Ainda conforme o prefeito, de seis bacias que estão sendo analisadas, somente uma foi publicada no Diário Oficial.

“Não queremos que nossos municípios sejam palco de massacre, e se prosseguirem com esses estudos antes de definir as demarcações já feitas, isso irá gerar ainda mais insegurança no Estado”, pontua José Arcoverde.

Iguatemi Peguá I, II e III ocupa o território de uma das seis bacias que estão em estudo antropológico.

Outra problemática apontada pelo prefeito é o desenvolvimento dos municípios com áreas demarcadas. “Já estamos perdendo investimento, se o governador trouxer indústrias para o Estado, com certeza não se instalará em nenhum município demarcado, isso impede o crescimento, vamos nos tornar um corredor da miséria, ou seja, isso gera um impacto social que a gente nem consegue mensurar”, acredita José Arcoverde.

Para o prefeito de Iguatemi, o clima de insegurança gerado nos 26 municípios do Conesul foi criado pela Funai (Fundação Nacional do Índio), Cimi (Conselho Indigenista Missionário), MPF (Ministério Público Federal) e pelos antropológicos, que fomentam a guerra entre produtores rurais e indígenas.

“O índio hoje não quer somente a terra para ter a cultura de volta, pois ele quer ter qualidade de vida, inclusão social, então não adianta dar a terra se não der infraestrutura”, comenta José Paulo.

Em Iguatemi, cidade distante 466 quilômetros de Campo Grande, 2 hectares de terra do município estão invadidos por aproximadamente 60 indígenas, área que possuí 40 mil cabeças de gado.

Para o prefeito de Tacurú, Paulo Pedra, o maior problema são os índios paraguaios, que migram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. “Com isso, diminui o espaço de terras e aumenta a demanda indígena a ser atendida”, explica.

Porém, no município, a 332 quilômetros de distância de Campo Grande, a situação é mais pacífica, apesar de a cidade estar com chances de ter 50% do território urbano tomado pelos índios. “Mas isso ainda não gera insegurança, sabemos que é um problema da União, todos os produtores rurais são titulados, se forem retirados de suas áreas, terão que ser indenizados”, aponta Pedra.

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