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Prefeito reeleito de Bonito tem candidatura cassada

Jefferson da Luz, Campo Grande News - 16 de dezembro de 2008 - 07:12

Na tarde de ontem, a juíza eleitoral de Bonito, Adriana Lampert, cassou o pedido do registro de candidatura de José Arthur Soares de Figueiredo, do PMDB, que venceu as últimas eleições, sendo reeleito do município, assim como do vice. Além da cassação do registro de candidatura, e não de poder ser diplomado, o prefeito ainda vai ter de pagar uma multa de R$ 40 mil. Mas ainda cabe recurso e a determinação pode ser derrubada.

Zé Arthur, como é mais conhecido o prefeito, foi considerado culpado das acusações de compra de voto em troca de cestas básicas. A juíza também foi condenou o candidato a vereador Paulo Joel de Rezende (PMDB), devido a uma gravação onde foi flagrado em conversa telefônica pedindo voto em troca de dinheiro.

Com a decisão, os candidatos ficam impedidos de ser diplomados e tomar posse no dia 1º de janeiro de 2009. Segundo Cartório Eleitoral de Bonito, a junta eleitoral do município, que é formada pela juíza e mais dois cidadãos, irá se reunir para decidir como será o processo que indicará quem tomará posse como novo prefeito de Bonito.

Existem duas possibilidades: a primeira, o conselho decide que a coligação que ficou em segundo lugar assumirá a prefeitura; e a segunda é a convocação de novas eleições. A reunião da junta eleitoral ainda não tem data para acontecer.

Zé Arthur disse ao Campo Grande News que vai recorrer da decisão da Justiça e que está confiante de que, em instância superior, não será condenado. “Respeito a decisão da juíza, mas não concordo. Não há nenhuma prova que me condene. Estou confiante de que esta ação não vai prosperar”, disse ressaltando que durante as eleições em Bonito “houve muitas armações” contra ele.

O promotor do Ministério Público, Luciano Loubet, disse que o MP entendeu que houve sim fatos que ligavam o prefeito a compra de votos com cesta básica. Segundo ele, o esquema funcionava da seguinte forma: a primeira-dama do município passava nas casas dos eleitores pedindo voto e prometendo cestas básicas, em seguida um entregador do mercado Oderi deixava uma cesta para a família, a qual era paga pela prefeitura.

“Nós temos provas que ligam o prefeito a compra de votos. Temos o depoimento do gerente do mercado dizendo que as cestas eram pagas pela prefeitura. Em uma busca, feita com a autorização da Justiça, encontramos comandas do mercado autorizando entrega de cestas. Fomos à casa dos cidadãos e eles confirmaram que receberam a cesta gratuitamente”, relata o promotor.

Durante a campanha eleitoral, o Mistério Público também recebeu um CD onde o vereador, e candidato a reeleição Paulo Joel de Rezende, oferecem R$ 30,00 à uma mulher em troca do voto. A juíza Adriana Lampert também aceitou o pedido de cassação de seu registro de candidatura.

Quanto ao prefeito, que também é citado no CD, o MP não considerou as provas consistentes. Rezende também pode recorrer da decisão.

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