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Preços das terras devem seguir em alta em 2010

Agrolink - 05 de fevereiro de 2010 - 10:04

Os preços das terras agricultáveis encerraram 2009 em alta no país e assim devem continuar em 2010.


De acordo com Jacqueline Bierhals, analista da consultoria AgraFNP, o reaquecimento desse mercado se consolidou no último bimestre do ano passado, apesar da queda das cotações de commodities como soja e milho. Com a tendência de expansão do agronegócio brasileiro nos próximos anos, os sinais de uma disputa mais acirrada por terras de qualidade e a maior presença de grupos estrangeiros e fundos de investimentos em alguns segmentos, novas valorizações estão por vir.

Levantamento da AgraFNP mostra que o preço médio do hectare alcançou R$ 4.593 no Brasil no último bimestre de 2009, com um incremento nominal de 5% em 12 meses e de 40,2% em 36 meses. Nas duas comparações, as maiores valorizações foram verificadas no Sul - 8,8% e 56,7%, respectivamente -, que se manteve com o maior preço médio entre todas as regiões do país, de R$ 9.493 no fim do ano passado. A consultoria ressalva, porém, que a procura por imóveis no Sul está aquecida, mas que a oferta é "bastante limitada".

Para Jacqueline, o fato de os preços das terras terem continuado em alta mesmo com a já citada queda dos preços dos grãos sugere que o mercado está "mais maduro". Ela lembra, ainda, que as valorizações apuradas fazem parte de um movimento de recuperação após o aprofundamento da crise financeira irradiada dos Estados Unidos, em setembro de 2008, que brecou as compras e vendas de propriedades no Brasil.

Segundo a analista, apesar da recuperação não são esperadas grandes "explosões" de preços este ano, mas é possível esperar um novo salto entre 5% e 6% na média nacional. É difícil mensurar com exatidão a participação de estrangeiros nas negociações recentes de terras no país, mas Jacqueline estima que ela já esteja próxima dos níveis pré-crise.

Grandes multinacionais e fundos de investimentos estrangeiros vêm colaborando para o amadurecimento do mercado de terras. Entre outras preocupações de tais players, estão as questões ambientais da propriedade visada, que, dependendo da região, pode até receber um "prêmio" por estar de acordo com a legislação. Um imóvel com reserva legal, por exemplo, pode valer mais em uma região carente de propriedades com essa característica.

Jacqueline lembra que, na chamada Amazônia Legal, propriedades do bioma cerrado têm de ter uma reserva legal equivalente a 35% da área. No bioma amazônico da Amazônia Legal, o percentual sobe para 80%, e fora da Amazônia Legal ele é de 20%. "É uma vantagem ter reserva legal, ainda que a ausência dela possa ser compensada em outro local da mesma microbacia. Normalmente, os investidores estrangeiros preferem imóveis com reserva legal averbada e georreferenciamento, que são mais caros".

A AgraFNP prevê, no futuro, o aumento da disputa entre produtores de soja e cana por terras de boa qualidade, tendo em vista que, apesar da atual curva descendente da soja, as perspectivas de longo prazo apontam para boas demandas em ambos os casos. A soja tem na expansão do consumo da China, maior importadora mundial do grão, uma âncora importante, enquanto a cana é valorizada pelos bons cenários para açúcar e etanol.

"Nas áreas onde a aptidão natural, tanto de fertilidade quanto de relevo, não se presta aos cultivos de grãos, os preços devem ficar mais estabilizados. É o caso das terras para reflorestamento, fruticultura e pastagens", diz relatório divulgado pela AgraFNP.


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