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Geral

Preço do milho despenca por conta da gripe

Fernanda Mathias/Campo Grande News - 15 de março de 2006 - 09:51

A gripe aviária que tem gerado preocupação em âmbito mundial e conseqüente retração no consumo da carne de frango, fez com que o preço do milho, principal alimento usado nas granjas, despencasse. Hoje a cotação em Dourados está entre R$ 8,50 a R$ 8,70 a saca de 60 quilos contra preço de R$ 10,30 a R$ 10,40 em 10 de fevereiro. A queda em pouco mais de um mês é de 18%.

“Acho que a saída momentânea seria uma intervenção do governo através de AGF (Aquisição do Governo Federal) aliviando a queda. E de repente poderia também lançar um instrumento para estimular o plantio da safrinha”, afirma o consultor da Granos Corretora de Grãos, Carlos Dávalos.

Somente a safra de verão, em fase de colheita, deve atingir de 500 a 520 mil toneladas do grão em Mato Grosso do Sul, quando o consumo interno chega a 720 mil. E o forte do plantio de milho é a safrinha. “Não temos nada de perspectiva porque os grandes compradores como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul estão colhendo”, diz Dávalos.

Por conta da gripe aviária, já se estima uma redução de 20% nas exportações de frango, volume que foi direcionado ao mercado interno. Assim o preço do frango ao consumidor caiu cerca de 60% em dois meses,travando uma concorrência ainda mais difícil com a carne bovina, segundo o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Laucídio Coelho Neto.

O cenário não é mais animador para a soja. A saca está hoje cotada entre R$ 18,90, na região Norte do Estado, e R$ 21,00 em Dourados. Por conta disso os negócios estão travados e somente cerca de 20% da produção estão comprometidos, menos da metade do mesmo período do ano passado. “O produtor está vendendo da mão para a boca”, afirma Dávalos, referindo-se ao fato de as vendas ocorrerem somente quando estritamente necessárias para os produtores saldarem compromissos.

Além da baixa do dólar o grande abastecimento do mercado mundial condicionam o cenário desfavorável à soja. A isso deve se somar o frete, que tende a aumentar cerca de 20% entre 15 de março e 30 de abril, por conta da colheita da soja.

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