Laticínios de Mato Grosso do Sul chegam a falar em R$ 0,24 pelo litro do leite ao produtor, segundo a coordenadora da Câmara Setorial do Leite, Adriana Mascarenhas. Segundo ela, a mesma indústria estaria oferecendo de R$ 0,24 a R$ 0,44, dependendo da escala, qualidade e distância da propriedade. No Estado se fala em uma média de R$ 0,42 para este mês, R$ 0,13 a menos por litro que em abril, redução de preços em pleno período de entressafra.
O preço em baixa é reflexo do aumento de importações, favorecido pela queda do dólar, redução de exportações e também pelo baixo consumo interno do produto.
Mesmo grandes grupos como a Nestlé, que faz captação em Mato Grosso do Sul, reduziram o valor pago ao produtor. No estado fornecedores que chegaram a receber R$ 0,65 por litro hoje recebem R$ 0,55. Isso em um padrão de qualidade bastante apurado, acima mesmo do que preconiza a Instrução Normativa de nº 51, que gerou tanta polêmica.
Adriana Mascarenhas afirma que a Câmara foi procurada por um grupo de agricultores familiares aos quais o laticínio estaria oferecendo R$ 0,32 por litro de leite. “Eles disseram que com esse valor não conseguirão pagar suplementação”, afirma. E esse é o período em que os animais precisam de reforço alimentar para que a produtividade não seja comprometida. Para a coordenadora da Câmara Setorial do Leite, a medida a curto prazo que o governo poderia adotar para reverter o cenário seria liberação de EGF (Empréstimo do Governo Federal) para que as indústrias formassem estoque e colocassem o produto no mercado no momento mais propício.