Deverá ficar na casa dos 19% o aumento do preço do gás boliviano pára vigorar nos meses de outubro, novembro e dezembro, conforme reportagem publicada hoje pela Folha online. O reajuste trimestral é previsto em contrato fechado entre a Bolívia e a Petrobrás e não teria relação com a nacionalização do recurso natural, a partir de 1º de maio.

O último reajuste, feito em julho (de 10% na origem e 6% às distribuidoras), foi absorvido integralmente pela MSGás, por determinação do governo. A medida foi adotada como forma de não desestimular os consumidores, que, inseguros com a política boliviana, afrouxaram significativamente o ritmo de conversões para uso do combustível.

As importações de gás boliviano através de Mato Grosso do Sul saltaram no período de janeiro a maio do ano passado para os cinco primeiros meses deste ano de 2,3 bilhões de quilos a 2,8 bilhões, conforme a balança comercial, aumento de 12%. Já o valor das negociações compreendeu US$ 444,8 milhões contra US$ 245,9 milhões no ano anterior, 80% a mais. Isso significa que a Petrobrás pagou desta vez cerca de US$ 0,1588 por quilo de gás natural boliviano contra US$ 0,1031 na média dos cinco primeiros meses do ano passado, aumento de 53%.

O preço pago pela estatal vai a cerca de US$ 5 por BTU (unidade térmica britânica) a partir de outubro, ante cerca de US$ 4,20 agora. Petrobras está negociando com o governo boliviano o preço do gás, já que o país quer que a estatal pague mais, cerca de US$ 7,50 por BTU, pelo combustível.