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Geral

Preço da terra em Mato Grosso mantém tendência de alta

24horasnews/Invertia - 19 de julho de 2008 - 09:16

O preço médio da terra no Brasil manteve a tendência de alta, na esteira dos melhores preços da soja, e fechou o bimestre maio/junho em um novo recorde nominal de R$ 4.287 por hectare, contra R$ 4.135 no segundo bimestre do ano, informou nesta sexta-feira levantamento da AgraFNP, consultoria especializada em agronegócio.

Na comparação com a mesma época do ano passado, a AgraFNP detectou uma elevação nominal nos preços de 17%, impulsionada também pela maior procura de investidores, especialmente de estrangeiros, que têm cada vez mais feito aquisições no setor.

"Além da correção do preço se dar pelo aumento no valor da saca da soja, os donos das terras estão começando a pedir um número maior de sacas por hectare, justamente pela pressão da demanda mesmo", disse a analista da FNP, Jacqueline Bierhals, em entrevista.

O valor da terra é determinado de acordo com o preço da soja, mas os proprietários têm especulado devido à procura maior.

Considerando a inflação no período, de 14,29% segundo o Índice Geral de Preços (IGP-DI), o ganho real no valor da terra é de quase 3%, acrescentou a analista.

Se em termos nominais o indicador da consultoria tem apontado recordes seguidos, em termos reais o preço está se aproximando do pico registrado no segundo bimestre de 2004, a R$ 4.306 por hectare, quando a soja estava valorizada no mercado internacional e também o câmbio mais vantajoso às exportações permitiu um preço da saca como se nunca viu no País.

Um exemplo dessa relação de preços entre terras e commodities agrícolas pode ser verificada no índice do Cepea/Esalq, base Paraná. Pelo indicador, a soja ainda não bateu o recorde de R$ 55,30 por saca (60 kg) de março de 2004, mas está em um valor bem próximo da maior marca nominal - na quinta-feira, fechou cotado a R$ 51,42 por saca.

Estrangeiros

Segundo a consultoria, o mercado está mais aquecido no Cerrado, em Mato Grosso, e também nos Estados de Maranhão, Piauí, além do oeste da Bahia, novas fronteiras agrícolas, muito em função da demanda dos investidores estrangeiros.

Em algumas regiões do Centro-Oeste, a valorização das terras em 12 meses chega a 225%, segundo a AgraFNP.

De acordo com a analista, os investidores estrangeiros continuam adquirindo propriedades no País, especialmente em parceria com empresas brasileiras - até porque, pela lei, esses investidores de fora do País só podem comprar 25% da área em um município.

Para Jacqueline, o mercado de terras nas áreas da Amazônia Legal, no entanto, "segue parado", por conta do cerco do governo e de ambientalistas.

Mas os maiores preços são registrados em regiões já com grande concentração agrícola, onde a oferta de áreas é menor.

"Está mudando o patamar histórico na região de Cascavel (PR), os preços médios giram em torno de 1.100 sacas (de soja) por alqueire (2,42 hectares). Agora há um grande número de negócios a 1.500 sacas por alqueire, e quanto mais escassas as áreas vão ficando, mais espaço o dono da terra tem para aumentar os preços", disse a analista, explicando que nessas regiões, onde o comércio de terra envolve um número menor de hectares, o preço tende a ficar mais alto.

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