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Preço da arroba do boi cai, mas consumidor não sente

Graciliano Rocha / Campo Grande News - 02 de agosto de 2005 - 16:43

A CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) divulgou na tarde desta terça-feira um estudo em que indica um primeiro semestre amargo para os criadores de boi de nove estados brasileiros – entre eles, Mato Grosso do Sul.

Queda nos preços pagos pelo boi gordo e aumento dos custos de produção são a combinação trazida pela principal tese do estudo produzido por técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).

Em Mato Grosso do Sul, a arroba bovina acumula perda de 13,57% no primeiro semestre deste ano em Mato Grosso do Sul, enquanto o custos subiram 6,77%, segundo dados da CNA (Confederação Nacional de Agricultura). O desempenho dos indicadores da pecuária sul-mato-grossense é pior do que o global do conjunto dos estados analisados.

Entre janeiro e junho, na média, o preço pago pelo gado caiu 11,76%, enquanto os custos de produção dos pecuaristas subiram 5,04%. Na média nacional, a mão-de-obra foi o fator de maior impacto no aumento dos custos. Representando 23,12% dos custos de produção, a mão-de-obra ficou 15,37% mais cara ao final do primeiro semestre. Uma parte deste aumento está relacionada ao próprio reajuste do salário mínimo, concedido em abril, que passou de R$ 260 para R$ 300. No mesmo período, houve reajuste de 3,6% no preço do sal mineral, insumo que representa 15% dos custos de produção da pecuária de corte.

O consumidor não se beneficiou da queda no preço da arroba. Com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o estudo mostra que no varejo, a carne ficou, em média, 10,41% nos açougues entre janeiro de 2003 e junho de 2005, enquanto que, no mesmo período, o preço recebido pelo pecuarista na venda do gado caiu 6,18%.

Por ano, Mato Grosso do Sul abate 3,6 milhões de cabeças de gado. A cadeia produtiva da carne é um dos esteios da economia do Estado e, juntamente com atividades agrícolas, é responsável por 30% do PIB (Produto Interno Bruto do Estado.

O estudo também mostra, ao mesmo tempo, as exportações aumentam em volume quanto em valores. No primeiro semestre, as remessas de carne dos nove estados atingiram US$ 1,424 bilhão, 31% a mais que o total de US$ 1,088 bilhão dos primeiros seis meses de 2004. A quantidade exportada também aumentou, chegando a 1,06 milhão de toneladas, frente 802 mil toneladas do primeiro semestre do ano passado. Em junho deste ano, o preço médio de exportação da carne bovina in natura foi de US$ 2.224 por tonelada; frente US$ 2.221 por tonelada, em junho do ano passado.

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