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Preço da arroba do boi cai, mas consumidor não sente
A CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) divulgou na tarde desta terça-feira um estudo em que indica um primeiro semestre amargo para os criadores de boi de nove estados brasileiros entre eles, Mato Grosso do Sul.
Queda nos preços pagos pelo boi gordo e aumento dos custos de produção são a combinação trazida pela principal tese do estudo produzido por técnicos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP).
Em Mato Grosso do Sul, a arroba bovina acumula perda de 13,57% no primeiro semestre deste ano em Mato Grosso do Sul, enquanto o custos subiram 6,77%, segundo dados da CNA (Confederação Nacional de Agricultura). O desempenho dos indicadores da pecuária sul-mato-grossense é pior do que o global do conjunto dos estados analisados.
Entre janeiro e junho, na média, o preço pago pelo gado caiu 11,76%, enquanto os custos de produção dos pecuaristas subiram 5,04%. Na média nacional, a mão-de-obra foi o fator de maior impacto no aumento dos custos. Representando 23,12% dos custos de produção, a mão-de-obra ficou 15,37% mais cara ao final do primeiro semestre. Uma parte deste aumento está relacionada ao próprio reajuste do salário mínimo, concedido em abril, que passou de R$ 260 para R$ 300. No mesmo período, houve reajuste de 3,6% no preço do sal mineral, insumo que representa 15% dos custos de produção da pecuária de corte.
O consumidor não se beneficiou da queda no preço da arroba. Com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o estudo mostra que no varejo, a carne ficou, em média, 10,41% nos açougues entre janeiro de 2003 e junho de 2005, enquanto que, no mesmo período, o preço recebido pelo pecuarista na venda do gado caiu 6,18%.
Por ano, Mato Grosso do Sul abate 3,6 milhões de cabeças de gado. A cadeia produtiva da carne é um dos esteios da economia do Estado e, juntamente com atividades agrícolas, é responsável por 30% do PIB (Produto Interno Bruto do Estado.
O estudo também mostra, ao mesmo tempo, as exportações aumentam em volume quanto em valores. No primeiro semestre, as remessas de carne dos nove estados atingiram US$ 1,424 bilhão, 31% a mais que o total de US$ 1,088 bilhão dos primeiros seis meses de 2004. A quantidade exportada também aumentou, chegando a 1,06 milhão de toneladas, frente 802 mil toneladas do primeiro semestre do ano passado. Em junho deste ano, o preço médio de exportação da carne bovina in natura foi de US$ 2.224 por tonelada; frente US$ 2.221 por tonelada, em junho do ano passado.