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Preço da alimentação subiu 3,2% na Capital em março e pescado foi 'vilão'

Campo Grande News - 07 de abril de 2016 - 06:20

Os preços dos alimentos continuam pesando no bolso do campo-grandenses. O IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) apontou uma alta de 3,20% na inflação do segmento de alimentação na Capital, segundo o NEPES (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp. Ainda sim, o indicador teve uma leve queda no mês de março, de 0,87% para 0,74%.

De acordo com o IPC, o pescado foi o maior 'vilão' em março, uma vez que o produto subiu 14,43% e colaborou com 0,09% no mês. Na vice-liderança, as bebidas alcoólicas, com elevação de 5,51% e contribuição de 0,06%.

Os maiores aumentos foram constatados no melão (43,55%), chuchu (25,11%) e mamão (22,34%). Fortes quedas de preços ocorreram com abobrinha (-32,77%), pernil (-10,06%), costeleta suína (-8,71%), entre outros.

“A oscilação de preços de verduras, frutas e legumes é comum, pois são produtos que sofrem a influência de fatores climáticos e a sazonalidade de produção. Alguns alimentos aumentam de preços ao término das safras, outros diminuem de valor quando entram nas safras. Quando o clima é desfavorável há aumento nos preços e, quando é favorável, ocorre o feito inverso”, diz o coordenador do NEPES da Uniderp, Celso Correia de Souza.

Dos 15 cortes de carnes bovina pesquisados pelo NEPES da Uniderp, nove deles sofreram aumentos de preços. Foram eles: costela (5,23%), picanha (5,04%), filé mignon (4,89%), acém (4,45%), lagarto (3,87%), vísceras de boi (2,52%), contrafilé (2,29%), paleta (2,23%) e fígado (2,17%). Quedas de preços ocorreram com: músculo (-4,19%), cupim (-3,80%), patinho (-1,92%), ponta de peito (-1,53%), coxão mole (-1,16) e alcatra (-0,9%).

“Esperava-se que os preços da carne bovina começassem a ceder, o que não aconteceu devido ao aumento de 30% nas exportações desse produto neste mês de março”, ressalta Celso.

Já no quesito aves, houve queda nos miúdos de frango (-2,90%) e alta de 4,62% no frango congelado. Em relação à carne suína, as quedas foram acentuadas em todos os cortes pesquisados: pernil (-10,06%), costeleta suína (-8,71%) e bisteca suína (-8,38%).

Inflação no mês
O indicador alcançou 0,74% em março, 0,13 p.p. a menos que em fevereiro, de 0,87% e 0,51 p.p. abaixo do verificado no mesmo mês do ano anterior, de 1,25%.

O coordenador do NEPES da Uniderp, Celso Correia de Souza, explica que há tendência de queda e que a inflação de 2016 pode ser bem menor do que a acumulada em 2015, quando chegou a 11,41%. “O índice de março foi influenciado, principalmente, pelo grupo Alimentação, que registrou 3,20% de alta. Mas o indicador geral não foi tão elevado devido a deflações de outros grupos, como a Habitação, que tem o maior peso no cálculo da inflação em Campo Grande”, complementa.

Além da alimentação, tiveram os maiores percentuais de contribuição para a inflação os grupos: Despesas Pessoais, com 0,80% de variação; Vestuário, com 0,63%; Transportes, com 0,61%; e Educação, com 0,04%. Deflações foram constatadas com os grupos Habitação, com índice de -0,42%, e Saúde, com -0,06%. “A elevação nos preços dos remédios, autorizada pelo governo em abril, deve aparecer apenas no próximo mês”, informa o professor.

Em março, o grupo Habitação apresentou deflação de -0,42% influenciada pela queda -10,97% na conta de telefone convencional e baixa de -2,75% na energia elétrica. O grupo Saúde apresentou deflação de -0,06%. O grupo Vestuário registou aumento de 0,63% em março.

O grupo Transportes subiu 0,61%. Outra alta foi constatada com o grupo Educação, que apresentou pequena inflação de 0,04%, motivado pelo aumento em produtos de papelaria (0,39%).

Inflação acumulada
Nos últimos doze meses, a inflação recuou para 9,95%, mas ainda está acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 6,5% e do centro da meta, de 4,5%.

“Com melhorias no clima, na oferta de boi gordo e na produção hortifrutícola, o grupo Alimentação poderá contribuir para frear a inflação. A queda do valor do dólar também é bem-vinda para esse controle. Ainda assim, o retorno da inflação ao teto da meta só deverá ocorrer no fim de 2016 se as medidas tomadas pelo governo forem bem-sucedidas”, acredita o pesquisador.

Nos três primeiros meses do ano a inflação acumulada de Campo Grande foi de 3,11%. Os maiores índices, por grupo, foram: Educação, com 10,05% e Alimentação 5,69%.

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