Representação para que sejam feitas auditorias na contabilidade e nas movimentações de recursos dos fundos partidários do PT, PP, PL e PTB, para apurar as denúncias feitas pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), foi protocolada ontem pelo vice-líder do PPS, Raul Jungmann (PE), na Procuradoria Geral da República e na Procuradoria Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral.

Jungmann justifica o pedido baseado nas declarações de Jefferson, que ontem informou no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados que o PT repassou ao seu partido R$ 4 milhões nas eleições municipais de 2004. "Quero saber de onde veio esse dinheiro, como ele entrou e como saiu da contabilidade dos partidos", disse.

O vice-líder do PPS informou que também quer saber se o PP e o PL foram contemplados com repasses do PT nas últimas eleições. "Um partido político deve manter escrituração contábil, de forma a permitir o conhecimento da origem de suas receitas e a destinação das despesas", argumentou. Jungmann observou ainda que o PT e o PTB não registraram a transação de R$ 4 milhões em suas contabilidades, conforme afirmou Jefferson. Para Jungmann, a escrituração legal não é uma faculdade dos partidos, mas uma imposição legal.

De acordo com o deputado, ao fixar limites de doação aos partidos, a preocupação da legislação eleitoral é impedir "que o montante doado seja tamanho que comprometa a liberdade e a independência das agremiações partidárias, a ponto de elas se verem obrigadas a desvirtuar suas atividades".