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Povos do Cerrado temem que mudanças na lei florestal
Brasília - Os povos que vivem no Cerrado se preocupam com a proposta de legislação que substitua o atual Código Florestal porque temem que as mudanças resultem em mais desmatamento na área ocupada pelo bioma e também na Amazônia.
Essa é uma das discussões que seguem debate no 6º Encontro Nacional dos Povos do Cerrado, evento que se realiza até amanhã, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília.
Segundo a coordenadora do evento, Marilene Souza, outros temas ligados à preservação do Cerrado estão em discussão nas oficinas, entre os quais a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o reconhecimento da Caatinga e do Cerrado como patrimônios nacionais e políticas públicas para o Cerrado.
Tramitam no Congresso Nacional diversas propostas de legislação florestal e ambiental. De acordo com Marilene, os povos que vivem no Cerrado temem mudanças no código que tenham impacto negativo na política ambiental. O código florestal envolve todos os biomas brasileiros, mas nosso temor é de que as mudanças que possam surgir impactem negativamente na política ambiental, afirmou.
Ela disse, ainda, que as discussões realizadas nas oficinas vão resultar em uma carta com propostas para o Cerrado. O documento será entregue à imprensa, ao Congresso Nacional e a órgãos como o Ministério do Meio Ambiente.
Além das oficinas, há também a feira com produtos do cerrado. Até amanhã, haverá apresentação de danças. Participam do encontro índios e quilombolas das regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Goiás.