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Geral

Pouco a comemorar no Dia de Combate à Tuberculose

Paula Medeiros/ABr - 23 de março de 2004 - 16:29

Amanhã (24) é o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose, mas o Brasil não tem muito o que comemorar. O país tem cerca de 50 milhões de pessoas infectadas com o bacilo de Koch, bactéria causadora da doença, mas que não desenvolveram o problema. A cada ano, 119 mil novos casos são registrados. A tuberculose, que tem cura, ainda mata seis mil pessoas por ano no país. Por causa desses dados, o Brasil está em 15º lugar na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS), dos países que precisam intensificar as ações de diagnóstico e tratamento da doença.

O ministro da Saúde, Humberto Costa, que participa, na Índia, de um fórum mundial sobre tuberculose, diz que essa colocação do país não é nada confortável. “É uma posição que incomoda, principalmente para o nível de desenvolvimento que o Brasil já atingiu", afirma.

Agora, a meta é reverter a situação e curar 50,5 mil pessoas até 2005. Para isso, o governo vai investir R$ 119 milhões até 2007. As ações do ministério devem buscar melhorar o sistema de informação, o diagnóstico e ampliar o tratamento acompanhado, os maiores problemas. “Precisamos fazer mais do que fazemos”, afirma Humberto Costa.

Hoje no Brasil, 12% das pessoas diagnosticadas com tuberculose, abandonam o tratamento. Para o ministério, esse problema é ainda mais sério porque o portador da doença pode adquirir resistência e, neste caso, a cura demora o dobro do tempo, além de custar muito mais.

Os estados do Rio de Janeiro e do Amazonas são os de maior incidência de tuberculose. No Rio, por exemplo, estima-se 19 mil novos casos em 2004. Segundo Humberto Costa, o problema dessas regiões se dá em função do alto índice de pobreza e porque os serviços de saúde são pouco eficientes. “Não se fez muita coisa”, relata o ministro.

Para a OMS, cinco pontos estratégicos são fundamentais para controlar a tuberculose. O país tem de ter uma política apropriada, diagnosticar os casos rapidamente e com eficácia, ter medicamentos gratuitos e em quantidade suficiente para todos os pacientes, e deve, principalmente, evitar que a população portadora de tuberculose abandone o tratamento.

No caso do Brasil, o consultor Rodolfo Rodrigues, da OMS, recomenda que o país invista ainda mais no tratamento supervisionado. “É um ponto que o Brasil precisa melhorar”, enfatiza.

O ministro da Saúde informa que todos os municípios com alto índice de tuberculose vão receber tratamento especial por parte do governo. Com o investimento, os laboratórios devem ser mais bem estruturados e as equipes treinadas. No caso da população carcerária, com alto número de incidência da doença, o ministro prevê novas equipes de saúde trabalhando nas prisões.

O ministério alerta que pessoas com baixa resistência, que sofrem de alcoolismo, não se alimentam de forma saudável ou que usam drogas estão mais propensas a pegar tuberculose. A doença é transmitida pelo ar. Por isso, é importante procurar o posto de saúde assim que os primeiros sintomas aparecem.

Os principais sintomas são: tosse por mais de 21 dias, com ou sem secreção, febre, principalmente no fim da tarde, perda de peso lenta e progressiva, falta de apetite e de disposição. A melhor forma de evitar a transmissão é descobrir a doença o mais cedo possível e fazer o tratamento correto.

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