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Português passa a ser segunda língua oficial da Cúpula

STJ - 02 de março de 2007 - 08:06

Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) – Em março de 2008, o Brasil pela primeira vez será sede da Cúpula Judicial Ibero-Americana, já em sua 14ª edição. A reunião, marcada para as instalações do Superior Tribunal de Justiça, poderá ser um marco na Cumbre, pois, também pela primeira vez, o Português será utilizado como segunda língua oficial de um encontro da Justiça ibero-americana. A primeira é o espanhol. Prova disso é que, desde março do ano passado, quando se definiu o STJ como sede da XIV Cumbre, o Português – restrito a brasileiros e portugueses entre os 23 países que integram a Cúpula – começou a ser estudado pelos demais participantes. Na primeira reunião de trabalho da XIV Cumbre, aberta segunda-feira, em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, inúmeros magistrados e especialistas em administração do Judiciário confirmaram matrícula em cursos intensivos de Português em seus respectivos países. Os mais entusiasmados são os representantes da República Dominicana, sede da última Cumbre.

Diretor da Escola Judicial de Santo Domingo, Luiz Henry Molina iniciou o curso logo após o encerramento da primeira reunião preparatória, realizada em novembro passado, na Isla Margarita, Venezuela, onde o presidente do Superior Tribunal de Justiça e da Secretaria Temporária da Cumbre, ministro Raphael de Barros Monteiro Filho, conduziu exclusivamente em Português os quatro dias do encontro. “Além de importante para a cultura hispânica, o aprendizado da língua portuguesa nos permitirá participar de modo mais intenso da reunião do Brasil, sem a necessidade de buscar ajuda de intérpretes”, salientou Henry Molina, que também é membro do grupo e.Justicia da XIV Cúpula.

Matriculada no curso de Português da Escola Judicial dominicana desde o fim de 2006, Cecília Cuello entende que o conhecimento dos dois idiomas é fundamental para o perfeito entendimento durante os debates entre magistrados, especialistas e técnicos dos países integrantes da Cumbre. Segundo ela, apesar de complicado pelo volume de verbos, o Português é uma língua muito bonita e deveria ser aprendida por todos. “Em março do ano que vem, estarei no Brasil em condição de, pelo menos, entendê-los e de me fazer entender. Está tudo bem”, concluiu Cecília Cuello, ainda com um Português bem arrastado. Cecília é diretora-geral do Supremo Tribunal de Justiça da República Dominicana.

Além deles, integrantes dos grupos da Guatemala, Honduras, Costa Rica e Panamá, entre outros, também começam a ensaiar os primeiros contatos com a língua portuguesa. Outros, pela proximidade com nossas fronteiras, afirmam que, com calma, conseguem entender as mensagens de brasileiros e portugueses. Nesse grupo estão argentinos, bolivianos, colombianos, peruanos, paraguaios e uruguaios.

Um dos maiores defensores da utilização do Português nas reuniões plenárias, preparatórias e de trabalho da Cúpula, o representante de Portugal, juiz Carlos Gonçalves Marinho, elogiou o presidente e os técnicos do STJ pela constante preocupação de não recorrer ao “portunhol” ou mesmo ao espanhol nesses encontros. ”Nossa língua é tão rica e deve ser falada com mais freqüência nas reuniões ibero-americanas. Fico feliz quando vejo os brasileiros fazendo questão de usá-la, como fez o ministro Raphael de Barros Monteiro Filho em Santo Domingo e na Isla Margarita. Por isso, acho que os hispânicos estão corretos quando nos ajudam a consolidar o Português como segundo idioma oficial da Cumbre”, assinalou Marinho.



Autor(a):Armando Cardoso

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