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Porto Alegre: lá mais grávidas fumam

Agência Notisa - 30 de agosto de 2004 - 13:26

Não há mais o que discutir. Fumar causa danos, por vezes irreversíveis, à saúde humana, principalmente durante a gravidez. Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, publicado na Revista de Saúde Pública (Volume 38, nº2), avaliou o estilo de vida de gestantes e sua relação com o fumo. Porto Alegre apresentou o maior índice de grávidas fumantes: 44,1% das gestantes da cidade fumam regularmente.

A amostra foi composta por 5.539 grávidas, com 20 anos de idade ou mais, de seis capitais brasileiras (Manaus, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre). Por meio de um questionário padronizado, a pesquisa considerou como fumantes, gestantes que declararam fumar um ou mais cigarros por dia, como ex-fumante, as que fumavam mais de um cigarro por dia e pararam e não fumantes, gestantes que informaram nunca ter fumado um ou mais cigarros por dia.

Do total da amostra, quase 40% das gestantes já tiveram algum contato com o cigarro. Entre as cidades pesquisadas, enquanto Porto Alegre apresentou o maior índice de gestantes que fumam, Manaus foi a cidade com maior freqüência de grávidas não fumantes (70,7%), seguida por Salvador (70,4%). No Rio de Janeiro, a freqüência de não fumantes foi 64,1%, em São Paulo, 61,7% e em Fortaleza foi de 60,3%.

O hábito de fumar na gestação, segundo o estudo, está relacionado à baixa escolaridade, pois, entre gestantes que passaram menos tempo na escola, os pesquisadores encontraram maiores índices de fumo. Por outro lado, gestantes casadas ou com companheiros fumam menos durante a gravidez. “Sabe-se que o hábito de fumar varia de acordo com gênero, idade, aspectos socioculturais e sociogeográficos”, explicam os pesquisadores.

O estudo destaca a importância de se conhecer o comportamento das gestantes que têm hábito de fumar, a fim de se planejar ações preventivas mais eficazes: “dada a heterogeneidade da população brasileira, é importante que se conheçam os processos envolvidos no comportamento relacionado ao hábito de fumar nas mulheres brasileiras, permitindo vislumbrar novas diretrizes preventivas para o problema do fumo na gestação”, explicam os pesquisadores.

A pesquisa conclui que esses resultados podem favorecer a organização de estratégias para identificar antecipadamente a população de risco para o fumo na gestação, focalizando fatores determinantes como baixa escolaridade e situação conjugal. Para os pesquisadores, com isso “pode-se elaborar ações em saúde para as mulheres desses grupos de risco, visando à sensibilização para os efeitos nocivos do fumo para a saúde da mãe e do bebê. Os profissionais da área da saúde também devem ser preparados a fim de estimular a população para a redução e cessação do fumo em todas as abordagens médicas, não se limitando apenas às campanhas temporárias”, concluem.

Agência Notisa (jornalismo científico - scientific journalism)

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