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Por que é tão difícil parar de fumar?

Douradosagora - 26 de maio de 2009 - 11:38


O prazer obtido com o cigarro é rápido, o que facilita o vício. Muitos fumantes também têm um quadro secundário “escondido” por trás do cigarro

Os números são assustadores: há 1,3 bilhão de fumantes no mundo. Por isso, não é de se espantar que 15 bilhões de cigarros sejam consumidos diariamente, ou 10 milhões a cada minuto. Se essa tendência continuar, os fumantes estarão consumindo 9 trilhões de cigarros por ano em 2025.

No Brasil, os números de fumantes com mais de 15 anos giram em torno de 23 milhões, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O brasileiro fuma 807 bilhões de cigarros por ano. São mais de 2 bilhões por dia ou 1,5 milhão por minuto. O Brasil corresponde a 2% do total de fumantes no mundo.


Vários levantamentos mundiais e nacionais apontam que o fumante está ciente dos malefícios do cigarro e dos benefícios adquiridos após a cessação.

Embora haja uma tendência mundial de queda no número de fumantes, ela está ocorrendo de forma lenta e gradativa. Enquanto isso, a cada 8 segundos, uma pessoa começa a fumar em algum lugar do mundo. Se colocarmos na balança os que param e os que começam, fica claro que é muito mais fácil e rápido se tornar fumante do que ex-fumante.

“Há uma grande lacuna entre a vontade de largar o cigarro e a prática de parar de fumar”, explica o cardiologista Carlos Alberto Pastore, diretor de serviços médicos do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo.

Quando alguém acende o cigarro, inala a nicotina, o grande vilão por trás do tabagismo. “Basta uma tragada para o cigarro estimular o cérebro. Esse processo leva segundos”, diz Pastore. No cérebro, a nicotina atua como uma “chave” que procura sua “fechadura”, um receptor onde essa substância se ligará.

Ao encontrar seu receptor, a nicotina “abre a porta” e desencadeia todo um processo que culminará com a sensação de prazer e bem-estar. Em média, esse sentimento dura uma hora. Passado esse período, o fumante busca novamente aquele prazer obtido com um simples gesto: o ato de acender o cigarro.

E por aí começa o ciclo do cigarro. Fisgando o fumante mais e mais a cada dia. Prazer rápido e sem esforços. É por isso que um trago pode ser o bastante para viciar. “O cigarro oferece um prazer muito grande aos fumantes, a um preço altíssimo: a saúde”, diz Pastore.

Daí a dificuldade em se desvencilhar de um hábito que traz tanto prazer. E quando o cigarro começa a criar conflitos na vida do fumante, parar de fumar se torna uma meta real. Porém, para muitos, ainda inatingível.

Mas há outra pergunta que precisa ser feita aos fumantes: por que uma pessoa procura o cigarro? Segundo Pastore, cerca de 40% dos fumantes são pessoas com depressão. E buscam no cigarro um preenchimento dessa sensação de vazio. Por isso, ao largar o vício, é preciso substituir a lacuna deixada pelo cigarro.

É comum o ex-fumante buscar refúgio na comida. “Por isso, as mulheres são quem mais têm dificuldade de largar o cigarro. Elas têm medo de engordar”, explica o médico.

E para quem pára, o desafio de evitar recaídas é incessante. O dia-a-dia continua o mesmo. Há vários gatilhos que lembram o ex-tabagista do cigarro. O cotidiano é tão presente que o cigarro faz sua falta ser percebida, como se fosse uma pessoa, um colega.

“O ideal é que o fumante que queira parar busque algo tão saboroso quanto o cigarro para substituir o tabaco”, explica.

Por isso que a procura por ajuda médica é fundamental nesse processo. “Há várias formas de o fumante engajado em abandonar o vício vencer a luta sem passar por tantas dificuldades. Grupos de apoio, ginástica e medicamentos, associados a terapia comportamental e acompanhamento médico, são a melhor solução”, conclui.








Fonte: Agência Brasileira de Notícias

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