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Geral

População de Campo Grande avalia seu estado de saúde

Agência Saúde - 03 de abril de 2008 - 18:52

No Brasil, o consumo regular de frutas e hortaliças é baixo. Apenas 17,7% da população ingere diariamente as cinco porções destes alimentos, cinco ou mais dias por semana, recomendadas pela Organização Mundial de Saúde – OMS como receita para a boa saúde. Carnes com excesso de gorduras são consumidas com freqüência por 32,8% da população e 29% dos adultos não praticam qualquer atividade física. E, ainda, um total de 43,4% da população adulta está com excesso de peso (índice de massa corporal igual ou maior a 25). Os dados são revelados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – Vigitel, parceria do Ministério da Saúde com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo. O estudo traça um perfil dos hábitos relacionados à saúde dos brasileiros adultos com 18 anos ou mais.



Em Campo Grande, a situação não é muito diferente da média nacional. Apenas 13,8% da população consome a quantidade recomendada de frutas, legumes e verduras, 45,6% se alimentam de carnes com excesso de gordura e 26,1% é sedentária. O estudo aponta que 45,3% da população entrevistada está acima do peso e 15% obesa. E mais que 50% consomem leite integral e 16,4% dos moradores de Campo Grande são fumantes.



No quesito prevenção, os dados já são bem melhores: em Campo Grande, 71,4% das mulheres realizaram mamografia nos últimos dois anos e o percentual de mulheres que fizeram o exame papanicolau (preventivo do câncer de colo de útero) ao menos uma vez nos últimos três anos foi de 79,7% Por outro lado, 51% da população referiu não utilizar proteção solar contra a radiação ultravioleta.



O estudo é feito anualmente desde 2006, nas capitais dos 26 estados do país e Distrito Federal. “Estamos construindo parâmetros para o monitoramento dos fatores de risco de doenças crônicas não transmissíveis. A idéia é que os dados coletados orientem as políticas públicas de promoção à saúde e prevenção de doenças não transmissíveis”, explica a coordenadora do Vigitel, Deborah Carvalho Malta.



Foram feitas em aproximadamente 54 mil entrevistas telefônicas, com um mínimo de 2 mil indivíduos adultos (18 ou mais anos de idade) em cada capital, além do Distrito Federal. A amostragem foi realizada a partir de cadastros das linhas residenciais fixas de cada cidade e sorteio de um morador por linha para ser entrevistado. Para a análise dos dados foram utilizados fatores de ponderação que igualam a composição sócio-demográfica da amostra em cada cidade àquela observada no Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000. Com isto, todas as faixas etárias, de sexo e escolaridade estão representadas, conforme a distribuição populacional do Brasil.



As entrevistas foram feitas entre julho e dezembro de 2007 por uma equipe de 60 entrevistadores, quatro supervisores e um coordenador. No questionário, perguntas sobre tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, ingestão de frutas, verduras e hortaliças, atividade física, proteção contra raios ultravioletas, auto-avaliação do estado de saúde, diagnóstico auto declarado de hipertensão e diabetes e para as mulheres, exame de mamografia e preventivo de câncer de colo de útero (papanicolau).


Excesso de peso e fumo

No Brasil, o excesso de peso é verificado em 43% da população entrevistada. “A situação é preocupante, o excesso de peso é um fator de risco para doenças do coração, diabetes e outras”, observa a coordenadora. Em geral, a ocorrência do excesso de peso é mais freqüente em homens do que em mulheres. Campo Grande tem 45,3% de pessoas acima do peso. Se considerados apenas o público masculino, este índice sobre para 51,2% e se considerado apenas o feminino, cai para 39,1%. Já em relação à obesidade (IMC> ou igual a 30), o Brasil tem 13% de obesos. Em Campo Grande os obesos somam 15% da população.

Com relação ao tabagismo, 16,4% por cento dos homens e mulheres com 18 anos ou mais são fumantes no país, sendo 20,9% homens e 12,6% mulheres. Em Campo Grande, há 16,4% de fumantes, dos quais 22% homens e 11,3% mulheres.



Consumo recomendado de frutas, legumes e verduras - FLV

A OMS recomenda o consumo diário de 400g de frutas, legumes e hortaliças, o que corresponde a cinco ou mais porções. Na maioria das cidades brasileiras, observou-se um consumo abaixo dessa quantidade. No país, a freqüência foi de 17%. Em Campo Grande, a média foi de 13,8%, sendo que 15,9% das mulheres consomem o recomendado e apenas 11,5% dos homens o fazem. “Precisamos traçar estratégias para aumentar o consumo de frutas e verduras”, alerta a coordenadora da pesquisa.



Consumo de carnes com excesso de gordura

O consumo geral de carne gordurosa no Brasil foi de 32,8% dos entrevistados. Em Campo Grande, o consumo desse alimento está acima da média nacional, e é de 45,6%. Um total de 57% dos homens entrevistados e 35,3% das mulheres informaram o consumo de carnes vermelha ou frango com pele sem remover a gordura visível do alimento.



Consumo de refrigerantes

A freqüência de adultos que consomem refrigerantes cinco ou mais dias da semana foi de 26,7% no país. Os homens bebem com mais regularidade (31,7%) que as mulheres (22,4%). Em Campo Grande, a ingestão da bebida é da ordem de 27,8% da amostra (se considerados apenas homens 32,2% e se apenas mulheres, 23,9% da amostra). Foi observado também que, quanto maior a escolaridade, menor o consumo de refrigerantes.



Atividade física e sedentarismo

São poucos os adultos que praticam atividade física suficiente no lazer (30 minutos diários com intensidade leve ou moderada, cinco vezes por semana), no país inteiro, a prática regular foi de 15,5%. Em Campo Grande, apenas 16,7% da população faz exercícios no lazer (se considerado apenas o sexo masculino são 19,9% dos homens e se considerado apenas o sexo feminino, apenas 13,7% das mulheres).



No Brasil, 29,2% dos entrevistados são sedentários. Campo Grande tem uma taxa que abrange 26,1% dos moradores (entre os homens 27,9% são inativos e entre as mulheres 24,5%).



Consumo de bebidas alcoólicas

O consumo abusivo de bebidas alcoólicas (considerando cinco doses para homens e quatro para mulheres em uma mesma ocasião, nos 30 dias anteriores ao da entrevista) variou entre 13,4%, em São Paulo; e 23%, em São Luís (ingestão com mais regularidade). A freqüência nacional foi de 17,5%. Campo Grande apresentou 18,9% da amostra que ingeriu essa quantidade. Nessa capital, se considerados apenas os homens, 29,5% dos entrevistados, e se consideradas apenas elas, 9,3%. Na maioria das cidades, a ingestão abusiva foi três vezes maior entre os homens (27,2%) do que entre as mulheres (9,3%).



Dirigir após consumo de bebidas

Outro dado importante revelado pelo Vigitel foi o consumo abusivo de bebidas seguido de direção. Pelo menos 2% da população total entrevistada no país admitiu dirigir depois de beber. Em Campo Grande, o uso indevido de bebidas seguido do ato de guiar um carro atinge 2,9% dos entrevistados, sendo 5,4% dos homens e 0,6% das mulheres. Em geral, ao comparar eles com elas, a situação é mais freqüente entre homens (4%) do que entre mulheres (0,3%) em todo o país.



Auto-avaliação do estado de saúde

A auto-avaliação do estado de saúde é mais um indicador relevante. Cerca de 5% dos brasileiros avaliaram seu estado de saúde como ruim. Em Campo Grande, uma parcela de 5,2% dos entrevistados encontra-se nesse estado. Entre homens, o percentual foi de 2,4% e entre as mulheres de 7,8%. De uma maneira geral, as mulheres tendem a achar seu estado de saúde pior que os homens.

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