O comando de greve da Polícia Federal aguarda com otimismo a proposta que o governo ficou de apresentar à categoria até segunda-feira (22), para pôr fim à paralisação que completa hoje 11 dias. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sinpol), Fernando Honorato, "os ministros do Planejamento, Justiça, Casa Civil e Trabalho parecem ter chegado à conclusão de que uma proposta deve ser apresentada". Sem proposta, assegurou, "a greve continua pelo mesmo motivo, ou seja, o cumprimento da Lei 9.266, de 1996”.

A comissão formada pelo governo ainda não entrou em contato com o comando de greve. O presidente do Sinpol informou que a comissão não tem representantes classistas e sintetizou: "Nós não estamos pedindo aumento salarial e nem isonomia com qualquer cargo". A reivindicação, esclareceu, é que o vencimento seja pago na tabela de nível superior do Plano de Cargos e Salários do serviço público da União.

Com relação à Medida Provisória que o governo poderá editar para reajustar os salários dos grevistas da Polícia Federal em quatro anos, Honorato disse que essa mesma comissão havia oferecido, no ano passado, pagamento do reajuste em cinco anos, ou mesmo em três anos, e que o comando de greve não aceitou. “Nós não somos intransigentes, sabemos que o governo tem problemas orçamentários, mas isso pode ser resolvido no orçamento de 2005 – e este ainda não foi feito", acrescentou.

Os agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal reivindicam o cumprimento da Lei 9.266, de 1996, que passou a exigir nível superior para ingresso na carreira. O comando adverte que a greve dos policiais federais continua e que na terça-feira (23) pode ser iniciada a chamada "operação total", com a adoção da operação padrão nos aeroportos, inclusive o Internacional de Brasília.