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Polícia Federal cria sistema para rastreamento de armas

Agência Câmara - 14 de abril de 2005 - 07:35

Um sistema nacional de rastreamento para reprimir o tráfico de armas no Brasil foi anunciado ontem durante reunião da comissão parlamentar de inquérito que investiga o crime no País - a chamada CPI do Tráfico de Armas. Os deputados ouviram o diretor do Departamento de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal (PF), Getúlio Bezerra Santos, e o secretário de Segurança Publica do Paraná, Luiz Fernando Delazari.
Para criar a unidade especializada na repressão ao tráfico de armas, a Polícia Federal já começa a organizar um banco de dados com informações sobre armas apreendidas no País. A medida recebeu apoio e o presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que vai pedir aos secretários estaduais de Segurança um levantamento sobre as armas apreendidas pelas polícias. O deputado comprometeu-se a entregar esses dados à PF.

Treinamento
Getúlio Santos informou que os policiais federais receberão treinamento da Organização das Nações Unidas (ONU) para combater o tráfico. A maior reclamação dos policiais, segundo ele, é a falta de preparo para realizar a apreensão de armamento. Inicialmente, 60 agentes federais serão treinados em rastreamento de armas por especialistas da ONU, a partir de junho. A intenção é ampliar esse número para 300 agentes.
O diretor da PF reconheceu que não existe hoje controle eficaz do armamento que circula no Brasil. Ele acredita, porém, que a CPI ajudará a trazer uma rápida mudança para este quadro. "Tem comerciante que nunca viu um fiscal de qualquer polícia que seja. Praticamente não existe fiscalização. Agora o problema está sendo visto pela CPI", afirmou.
Na próxima semana, a Comissão começa a ouvir testemunhas. A maioria são presos que podem ter ligação com o tráfico de armas. Alguns nomes serão mantidos em sigilo, mas o presidente da CPI afirmou que, a partir desses depoimentos, será possível montar uma radiografia do tráfico de armas no País.
Entre os nomes já divulgados para depor está o do tenente coronel da Polícia Militar do Paraná, Waldir Copetti Neves, preso por tráfico internacional de armas. A CPI também vai ouvir Eliana Aparecida Covolo, acusada de envolvimento com a organização criminosa PCC, em São Paulo.

Apreensões
Durante a audiência, Santos mostrou aos parlamentares fotos de armas apreendidas em vários estados, como Espírito Santo, Tocantins, Bahia e Goiás. Ele destacou operações realizadas em Recife (PE) e Porto Alegre (RS), em fevereiro deste ano, quando a Polícia Federal apreendeu mais de 300 armas e 2 milhões de itens de munição. A maioria chega ao País por contrabando ou é desviada das Forças Armadas. Em outra operação, realizada no início do mês em São Paulo, foram recolhidas armas de grosso calibre do PCC, usadas em assaltos a banco, a carros-fortes e em roubos de carga.



Reportagem - Adriana Marcondes e José Carlos Oliveira
Edição - Noéli Nobre


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