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Polícia divulga B.O sobre morte da Dona Carmita e aponta um suspeito

Redação - 30 de agosto de 2016 - 11:31

Dona Carmita morreu no dia 29 (Foto: Facebook)
Dona Carmita morreu no dia 29 (Foto: Facebook)

C. C. de S., 29 anos, é suspeito de praticar o crime de feminicídio (violência doméstica), que levou a óbito Carmita Gonçalves Garcia, 64 anos, na noite do dia 26, em Cassilândia (MS).

Segundo boletim de ocorrência, a vítima deu entrada no Pronto Socorro de Cassilândia com várias lesões na cabeça. As lesões foram causadas por algum objeto corto contundente. No hospital, estava a filha da vítima, que informou que o local estava preservado. Chegando à casa, estava uma sobrinha da vítima e o ex-namorado da filha da vítima, ora suspeito dos fatos. 

O suspeito começou a relatar à Polícia a sua versão. Disse que foi até a casa ao lado da residência da vítima, que seria uma costureira, e solicitou um orçamento para consertar umas roupas. E ao sair, teria perguntado sobre a vítima. A costureira disse que não tinha a visto. 

Ele disse ainda que bateu palma e gritou pela vítima e ela não atendeu. Então, ele entrou na casa e foi até a porta da cozinha, quando encontrou a vítima cheia de sangue, caída ao chão. 

O suspeito relata ainda que saiu correndo e gritou pela vizinhança, que logo a costureira foi até o local com a sua filha e constatou o fato ocorrido. Após ouvir o relato, a Polícia solicitou para que o suspeito fosse até a Delegacia para prestar esclarecimentos sobre o fato ocorrido.

Na delegacia, o suspeito foi questionado por qual motivo ele teria ido até a residência da vítima naquele momento. Ele respondeu: "Muita coincidência". E disse que iria somente agradecer a um fogão que teria ganhado.

O suspeito e a filha da vítima teriam namorado por cerca de 3 anos, e há mais ou menos uns 20 dias, a filha da vítima teria rompido esse relacionamento.

Ao ser questionado de como seria sua convivência com a vítima, ele disse que era normal, que nunca discutiram, que tinham uma boa convivência, e que o relacionamento havia terminado por motivo de ciúmes.

Em seguida, a Polícia Civil começou a realizar novas diligências para entender todo esse contexto apresentado pelo suspeito.

No hopital, a filha vítima relatou à Polícia que havia terminado o relacionamento com o suspeito, pois ela estava no meio de um fogo cruzado, pois sua mãe não gostava que ela namorasse o suspeito e este não gostava de sua mãe. Por isso, a filha da vítima procurou o suspeito e disse que não queria continuar com o relacionamento, pois não estava fazendo bem a ela, e entre ele e sua mãe (a vítima) ela ficaria com sua mãe.

Desde o término do relacionamento, o suspeito não deixava ela em paz, ligando e enviando mensagens. Ele, por sinal, segundo boletim de ocorrência, havia dado o prazo até 3 de setembro para a filha da vítima decidir se voltaria a namorar com ele ou não. Ela respondeu que não precisava de prazo, pois não iria voltar. A filha da vítima disse ainda que além de existir esse fogo cruzado que ela vivia, o suspeito era uma pessoa muito mentirosa e dissimulada.

Após isso, a equipe Policial começou a observar que o suspeito estava se contradizendo com as suas versões apresentadas.

Uma testemunha verificou uma pessoa com as características do suspeito próxima à residência da vítima após o almoço. Outras testemunhas afirmam que a convivência entre o suspeito e a vítima era muito ruim, e que ambos não gostavam um do outro. Segundo testemunhas, a vítima não queria de forma alguma o relacionamento do suspeito com sua filha.

Existem relatos de que dias antes da morte, o suspeito disse que iria dar um soco na cara da vítima pois ela falava demais.

Outra testemunha relatou que o suspeito foi até o trabalho da filha da vítima e a presenteou com um buquê de rosas e chocolates e indagou se ela tinha certeza que iria preferir ficar com a mãe dela. E ela respondeu que não retomaria o relacionamento com ele.

Continuando a ouvir o suspeito, a equipe Policial observou novamente que ele estaria distorcendo os fatos a todo momento. Como o local estava preservado, o Delegado solicitou a presença da Perícia Criminal.

A Equipe Policial, ao observar toda a cena do crime, constatou que o possível objeto utilizado para causar as lesões na cabeça da vítima seria uma tábua de madeira de carne. A tábua apresentava vestígios de sangue e aparentemente teria sido lavada.

Ao retornar para a Delegacia, o Delegado continuou o interrogatório e questionou sobre onde estava a tábua de madeira no momento que o suspeito chegou e deparou com a vítima no chão.

O suspeito se contradisse, segundo o boletim. Primeiro, disse: "quando eu cheguei, a tábua de madeira estava no chão por cima de uma forma, aí eu acabei colocando ela na messa, por isso vai ter minha digital". Logo depois, apresentou outra versão: "quando eu cheguei, a tábua estava em cima da mesa, perto de uma forma, aí fui ajudar a colocar a Dona Carmita na maca, minhas costas iriam bater na tábua que estava em cima da mesa, aí acabei colocando ela no meio da mesa, por isso vai ter minha digital". 

O suspeito apagou todas as mensagens de seu celular. Disse que teria ligado para a vítima, na data do fato, no período da manhã por engano.

O suspeito nega que tenha cometido o crime. Mas, em razão das várias contradições, o Delegado deu voz de prisão a ele.

No dia 29, às 16h35, Dona Carmita não resistiu aos ferimentos e faleceu em Campo Grande, onde estava internada.

As informações são da Polícia Civil de Cassilândia. 

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