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Polícia conclui inquérito e responsabiliza 6 por mortes
A Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude) concluiu nesta sexta-feira o inquérito sobre os três assassinatos cometidos pelo maníaco da cruz em Rio Brilhante, cidade que fica a 161 quilômetros de Campo Grande, e responsabilizou seis garotos pelas mortes.
Vai responder por homicídio o adolescente de 16 anos que confessou as três mortes. Os outros garotos, dois de 14, dois de 15 e um de 16 anos, serão responsabilizados porque sabiam quem era o autor dos assassinatos e não contaram nada a ninguém. Alguns deles aparecem nas fotos com o maníaco nas contas do Orkut que ele mantinha.
A delegada responsável pelo caso, Maria de Lourdes Souza Cano, explica que um destes adolescentes havia até visto e mexido nas roupas das vítimas. Para ela, o garoto agiu sozinho em todas as mortes, e depois contava aos amigos.
Segundo Maria de Lourdes, já foi pedida a apreensão destes garotos, que assim como o maníaco também cultuavam o demônio. Cabe à Justiça acatar, ou não, o pedido.
Como são adolescentes, podem ficar somente por no máximo, três anos apreendidos. A delegada explicou que o maníaco pode ficar mais, até os 21 anos, já que existe uma situação na lei, que permite o recolhimento em casos que for comprovado alto grau de periculosidade.
Para Maria de Lourdes, o garoto se encaixa nesse quadro, conforme a avaliação psicológica preliminar. O laudo sobre a avaliação completa ainda não está pronta.
Já os amigos dele, conforme a delegada, possuem um grau menor de periculosidade porque demonstram ter sentimentos, diferentemente do autor.
Estes garotos demonstraram preocupação com o que pode acontecer com eles de agora em diante e por isso a polícia descarta a possibilidade deles passarem a agir como o maníaco, que não se arrepende das mortes e não mostrou preocupação em relação à prisão.
Antes de serem interrogados, os garotos pensavam que a polícia não iria descobrir o envolvimento deles e estavam tranqüilos.
O maníacodeve ser encaminhado na próxima semana para uma Unei (Unidade de Internação Educacional) e ficará em um alojamento sozinho. Já está definido o local, mas por questões de segurança, a polícia não revela.
Família - Maria de Lourdes disse que ainda analisa se a mãe do maníaco será punida. Já os pais dos outros garotos não terão nenhum tipo de punição porque ficou claro á polícia que eles não tinham conhecimento do envolvimento dos filhos.
A situação da mãe do autor ainda é estudada, porque apesar dela afirmar que nunca suspeitou do filho, afirmou à polícia que entrava constantemente no quarto do filho, viu o recorte de revista do maníaco do parque e via o garoto e os amigos se reunir na casa dela.
Além disso, ela contou á polícia que viu os botões das roupas de Letícia, a segunda vítima, na bacia onde o adolescente as queimou. Ela viu os botões, sabia que não era do filho e nem o questionou, diz a delegada.
Sobre os gostos, interesse dos filhos, a delegada diz que ela [a mãe] achava tudo normal. Coisa de adolescente.