Cassilândia Notícias

Cassilândia Notícias
Cassilândia, Quinta, 25 de Abril de 2024
Envie sua matéria (67) 99266-0985

Geral

Pode o AVC acontecer em qualquer idade?

Portal Segs - 26 de julho de 2015 - 14:00

Recentemente, a American Heart Association e a American Stroke Association, em parceria com a International Alliance for Pediatric Stroke, divulgaram no mundo a mensagem: Stroke Can Happen at Any Age (AVC Pode Acontecer em Qualquer Idade), alertando para eventos cerebrovasculares no feto, no período perinatal (nascidos entre 28 semanas de gestação e 28 dias de vida pós-natal), na criança (com predomínio nos três primeiros anos de vida) e adolescência.

No feto, o AVC raramente é identificado na mãe gestante através do ultrassom trans-abdominal; somente após o nascimento, no terceiro ou quarto mês de vida, pode ser detectado eventual alteração motora, sendo confirmado, então, o AVC por Tomografia ou Ressonância Magnética de crâneo. Os fatores de risco para icto fetal dependem: das condições maternas (trombofilias, alteração de coagulação sanguínea, gestante usuária de drogas ilícitas); fatores placentários e causas não identificadas.

Em Neonatos, o quadro clínico agudo se manifesta no período de 24-72 horas após o nascimento, e se caracteriza por: hiperexcitabilidade, ou alterações da vigilância, sucção diminuída, hipotonia, apnéia com ou sem convulsões. O diagnóstico é confirmado utilizando exames de imagem. Existe, no entanto, possibilidade do AVCI ou AVCH ter ocorrido no último trimestre da gestação, sendo esta condição, identificada como AVC Presumível Intragestacional.

Convém lembrar que têm sido possível detectar fatores associados, complicadores, como hipertensão arterial materna, pré-eclampsia, oligohidrâmnio, corioamnionite, ruptura de membranas, alterações placentárias e frequência cardíaca fetal anormal.

Na Infância, o quadro clínico inaugural se caracteriza por: manifestações convulsivas, modificações da vigilância, particularmente em crianças com idade inferior a dois anos; alterações motoras (hemiparesia, modificações posturais); em lactentes, após o icto, pode haver comprometimento da emissão de sílabas, de palavras, permanecendo o choro, irritabilidade ou apatia. Com os achados acima expostos, a criança acometida, deve ser internada imediatamente em unidade de terapia intensiva, visando comprovar o diagnóstico, utilizando recursos de laboratório e exames de imagem, identificando o tipo, o local e a extensão do território vascular comprometido.

Os avanços no conhecimento da fisiopatologia de várias doenças pediátricas, como as neoplasias, doenças imunológicas e, de modo geral, anormalidades sistêmicas, têm prolongado a sobrevivência de crianças e adolescentes, possibilitando dessa forma, a ocorrência mais tardia de insultos vasculares, isquêmicos, hemorrágicos e tromboses.

Qual o impacto do insulto vascular no desempenho evolutivo de crianças e adolescentes em relação as funções intelectuais, neurocomportamentais e rendimento acadêmico ?

Interessantes constatações evolutivas têm sido publicadas na literatura nacional e internacional, relatando que os pacientes que apresentaram piores resultados no desempenho neuropsicológico foram aqueles com AVC constatado em idade precoce; em lesões cerebrais córtico subcorticais extensa, quando desenvolveram manifestações epilépticas, ou recorrência do AVC.

Profª Drª Maria Valeriana Leme de Moura Ribeiro, Profª Sylvia Maria Ciasca & Equipe CNPq Anormalidades Neurovasculares na Infância e Adolescência

SIGA-NOS NO Google News