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Plano agrícola divide opiniões

10 de julho de 2012 - 08:59

O Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013 lançado pelo Governo Federal divide opiniões. Representantes e empresários do setor produtivo agropecuário receberam com otimismo o aumento dos recursos a serem disponibilizados, contudo há aqueles que não ficaram tão satisfeitos. Os recursos estão disponíveis desde a primeira semana do mês de julho, são R$ 115,2 bilhões para a agricultura, sendo que para o médio produtor o crédito de R$ 6,2 bilhões oferecido na safra atual foi ampliado para R$ 7,1 bilhões, com taxas de juros caindo de 6,25% para 5% ao ano. A maior parte, R$ 4 bilhões, será destinada a investimentos.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Glauber Silveira, com as medidas anunciadas, a presidente Dilma Rousseff demonstrou reconhecimento para com o setor produtivo. Contudo, será necessário que o Governo reavalie o acesso ao crédito, considerado burocrático pelos produtores. O Plano também destina recursos para o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) que prevê a recuperação de Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal. O recurso destinado saiu de R$ 3,15 bilhões para R$ 3,4 bilhões. A partir de agora, o limite é de R$ 1 milhão/produtor, com o prazo máximo de 15 anos e carência seis anos, sendo que os juros são de 5% ao ano.

Segundo a Aprosoja, é louvável que exista a linha focada na agricultura sustentável, mas é sabido que se for recompor os 30 milhões de hectares necessários de acordo com o novo Código Florestal, o custo do produtor (médio de R$ 3.000/ha), seriam necessários cerca de R$ 90 bilhões. Conforme Glauber, ao contrário dos países desenvolvidos, com 60% dos biomas intactos, o Brasil tem o maior potencial agrícola do mundo, já que conseguimos crescer na agricultura em 180% e, ao mesmo tempo, ter um crescimento de apenas 32% na área ocupada.

Já para a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), os recursos apenas não bastam. De acordo com o vice-presidente da Acrimat, Jorge Pires de Miranda, que participou do lançamento do Plano Safra em Brasília, os recursos e juros menores são sempre bem-vindos, contudo precisam estar acompanhados de outras ações para atender o setor produtivo. Entre essas medidas ele aponta a insegurança jurídica que ainda existe na questão ambiental como um limitador na tomada dos recursos por parte dos produtores. Isso porque o produtor trabalha dentro das regras legais e sempre que pretendo tomar recursos para aumentar sua produção tem seu processo travado por questões ambientais, que não dependem só dele para resolver, pois a indefinição persiste.

O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, que também participou do evento, pontuou ainda que “um plano não pode se basear apenas no quesito crédito e questões como a operacionalização dos recursos, estruturação das agências, treinamento dos funcionários e assistência técnica precisam vir juntos”. Uma das reivindicações da Acrimat é para que os recursos federais possam ser operacionalizados por outras instituições financeiras, como o Sistema de Crédito Cooperativo, o Sicredi.

Por Gazeta Digital

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