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PFL decidirá sobre deputado detido com malas de dinheiro

Agência Câmara - 12 de julho de 2005 - 07:21

A Executiva do PFL vai reunir-se hoje para decidir sobre o caso do deputado João Batista (PFL-SP), detido pela Polícia Federal (PF) no aeroporto de Brasília, nesta segunda-feira, quando tentava embarcar com sete malas de dinheiro em espécie em um jato particular com destino a Goiânia (GO).
De acordo com o líder do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), João Batista deverá ser ouvido na reunião da Executiva nesta terça-feira. “Vamos convidá-lo a prestar esclarecimentos e tomar a decisão que a executiva entender que seja a melhor para o PFL”, disse o líder.
Segundo nota oficial da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual João Batista é bispo, o montante foi arrecadado pelas doações de fiéis e seria destinado à matriz da igreja, em São Paulo. A nota foi lida no plenário do Senado Federal pelo senador Marcelo Crivella (PL-RJ), que também é bispo da Universal.

A reunião da Executiva do PFL será ao meio-dia, na sede do partido, que fica no 26º andar do anexo 1 do Senado.

Primeira vez
Em conversa com jornalistas, antes de depor na PF, o deputado João Batista disse que transportava o dinheiro como integrante da Igreja Universal, e não como parlamentar.
Segundo o deputado, é a primeira vez que o dinheiro de arrecadações foi transportado dessa forma, porque a quantia era muito grande. Em São Paulo, as notas seriam depositadas no banco.
A Polícia Federal, de acordo com João Batista, foi avisada com antecedência. A Receita Federal não teria sido comunicada porque a igreja não teria de pagar imposto de renda. Depois que o dinheiro fosse depositado, no entanto, os religiosos fariam a comunicação.
João Batista ressaltou ainda que o dinheiro transportado não tem nada a ver com o suposto esquema de "mensalão".

Quebra de decoro
Rodrigo Maia, porém, acredita que João Batista possa ter quebrado o decoro parlamentar. "Um deputado não pode ficar andando por aí com mala de dinheiro. Não é normal. O PFL está pronto para colaborar - até porque não tem nada com essa questão. É uma questão da igreja", ressaltou.
Ele espera que João Batista também dê explicações à Corregedoria ou ao Conselho de Ética da Casa. "O PFL não vai poupar ninguém", afirmou Maia, ao avaliar que o deputado deveria ter separado a função de parlamentar da de bispo da Igreja Universal. O líder também não se convenceu com as explicações dadas pelo senador Marcelo Crivella. Segundo Maia, que cobrou maior transparência da Igreja Universal do Reino de Deus, a movimentação financeira da igreja deveria ter sido feita por meio de um depósito bancário.

Expulsão
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), ressaltou que não há qualquer dinheiro do partido envolvido no episódio da detenção do deputado. "O próprio parlamentar já informou que os recursos são da Universal, a aeronave de transporte pertence à Universal, então trata-se de um problema interno da igreja", afirmou Bornhausen.
Segundo o senador, "a prática de ilícito penal implicará a exclusão sumária do deputado João Batista dos quadros do PFL". Ele acrescentou que defenderá, na reunião da Executiva, "providências enérgicas e imediatas a respeito do caso".
A Executiva tem poderes para expulsar o parlamentar da legenda até mesmo de forma sumária, caso seja a decisão da maioria do colegiado.


Reportagem - Mauro Ceccherini e Marise Lugullo
Edição - Francisco Brandão e Regina Céli Oliveira

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