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PF suspende greve, mas não retoma fiscalização

Ângela Kempfer e Fabiana Silvestre / Campo Grande News - 07 de maio de 2004 - 15:00

David Majella
David Majella

Depois de quase dois meses de greve os 260 policiais federais do Estado retornam ao trabalho, mas com restrições. O combate ao crime organizado, que inclui o tráfico de drogas, continuará suspenso durante os três dias de trégua dados pela categoria na tentativa de sensibilizar o governo para a reabertura das negociações.
A fiscalização na fronteira e em locais como casas de câmbio e empresas de segurança, não será retomada até que o Ministério da Justiça apresente nova proposta. Também não está prevista nenhuma operação para fechamento de bingos, caso os empresários resolvam abrir sem autorização judicial.
A volta serviu para arriscar um balanço do prejuízo causado com a paralisação no Estado. O Sinpef (Sindicato de Policiais Federais de Mato Grosso do Sul), fala em 800 passaportes não emitidos durante os 59 dias de greve, quase 15 toneladas de drogas transportadas livremente e mil inquéritos parados. Com base na média de 30 prisões realizadas mensalmente, a categoria prevê também que pelo menos 60 traficantes deixaram de ser presos durante a greve. Na seção de passaportes mais de dez pessoas procuraram o documento na primeira hora de hoje, moviemtno considerado normal.
A trégua ocorre depois assembléias regionais realizadas pelos sindicatos. No país 21 estados foram favoráveis ao retorno ao trabalho e entre os 6 que optaram contra está Mato Grosso do Sul. Agentes, escrivões e papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) reivindicam o pagamento de salário equivalente a nível superior, conforme prevê uma lei de 96 que tornou obrigatório o terceiro grau para ingressar na PF, o que representaria um aumento de 85,7%. Os salários iniciais de agentes subiriam de R$ 4,2 mil para R$ 7,8 mil. Já o governo oferece no máximo 17% de reajuste e alega não haver base jurídica para a reivindicação dos grevistas, já que a lei, estabelece uma tabela específica para os pagamentos.
Caso nenhum avanço acontece durante a suspensão da greve, os trabalhos serão novamente interrompidos na próxima quarta-feira.

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