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PF desarticula quadrilha que traficava crianças

Aécio Amado / ABr - 09 de fevereiro de 2006 - 15:00

Uma quadrilha que traficava crianças brasileiras para os Estados Unidos foi desarticulada hoje (9) pela Polícia Federal. Cerca de 15 acusados foram presos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Ceará, Tocantins, Maranhão e Pará. Entre eles, uma advogada, um tabelião e um policial militar. Outras três estão foragidas.

Segundo o chefe do Núcleo de Operações da Delegacia de Imigração da Polícia Federal, delegado Felício Laterça, o grupo agia desde 2004 e mandou para os Estados Unidos centenas de pessoas, entre elas crianças e adolescentes ao preço de US$ 13 mil a US$ 15 mil cada uma. As crianças que deixaram o país, segundo Laterça, são, na maioria, filhos de brasileiros em situação ilegal nos Estados Unidos, que contratavam a quadrilha para o tráfico.

O delegado revelou que as investigações que desencadearam na Operação Cegonha começaram em outubro do ano passado com a prisão em flagrante, em São Paulo, de uma pessoa que tentava sair com uma criança para os Estados Unidos. Felipe Laterça disse ainda que a quadrilha dava uma nova identidade à pessoa por meio de uma certidão de nascimento falsificada para facilitar a retirada de documentos como passaporte e o visto.

"Há casos em que reuniram pessoas com as mesmas características físicas, deram nomes novos e as embarcaram como se fossem uma família em viagem de férias. Era uma forma de mandar muita gente de uma só vez", explicou o delegado.

Investigações conjuntas com o Departamento de Imigração Americano estão sendo realizadas para levantar os nomes dessas crianças e o seu paradeiro. Elas e os pais serão mandados de volta ao Brasil assim que sejam identificados.

O delegado disse que para retirar uma criança do país a quadrilha contratavam pessoas chamadas de "cegonha". Elas recebiam cerca de US$ 3 mil para se passar por mãe ou pai. Os "cegonhas" embarcavam com as crianças sempre dos aeroportos internacionais do Rio de Janeiro e de São Paulo. O delegado Felício Laterça informou que todos os acusados estão sendo qualificados e indiciados nos crimes de tráfico de crianças, formação de quadrilha e falsidade ideológica.

O chefe de operações da Delegacia de Imigração da Polícia Federal não descartou a hipótese dentre essas crianças e adolescentes algumas terem sido usadas para outros fins, como o da exploração sexual, o que as investigações ainda não puderam confirmar.

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