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Petrobrás decide não investir mais no gás boliviano

Nielmar de Oliveira/ABr - 16 de maio de 2006 - 19:40

A Petrobras decidiu que não fará mais investimentos no projeto de expansão da produção de gás da Bolívia, informou o diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró. A produção, de 40 milhões de metros cúbicos por dia, aumentaria em 15 milhões de metros cúbicos por dia.

Segundo Cerveró, o decreto de nacionalização de reservas e ativos da área de petróleo, assinado no início do mês pelo presidente boliviano Evo Morales, inviabiliza novos investimentos: "Se alguém tiver a pretensão de fazer novos investimentos, não será a Petrobras e nem seus sócios no país. Passar a taxação dos 50% que eram cobrados em royalties para 82% inviabiliza os investimentos não só na Bolívia, como em qualquer lugar do mundo".

As comissões mistas criadas para as negociações entre a Petrobras e o governo boliviano, adiantou, discutirão basicamente três pontos principais: a nacionalização das reservas e de ativos, o preço do gás exportado para o Brasil e o aumento da taxa cobrada a título de royalties. "Já me informaram que no caso dos royalties essa taxação não é definitiva. E eu não sei como vai terminar. Vamos reavaliar a nossa posição, se for este o caso. Agora, a única possibilidade de retomarmos esses investimentos é com a realização de mudanças substanciais no que foi aprovado dentro do decreto do presidente Morales", afirmou o diretor.

A Petrobras, garantiu, não trabalha com a possibilidade de mudar a sua estratégia de atuação no continente: "Objetivamente, apenas os investimentos que estavam previstos para atender ao aumento da demanda de gás – os 15 milhões de metros cúbicos que pretendíamos trazer – não serão feitos".

Cerveró lembrou que a produção máxima da Bolívia hoje é de 40 milhões de metros cúbicos e que desse total, "nós vamos estacionar nos 30 milhões de metros cúbicos que importamos e já constam do contrato assinado". Ele acrescentou: "Qualquer acréscimo a esse volume implica produção nova, investimentos novos, dutos novos – e isso nós cancelamos".

O diretor admitiu também que não existe, atualmente, uma solução no curto prazo para aumentar a oferta de gás, caso os problemas com a Bolívia venham a ser agravados. "Mas no médio prazo podemos trabalhar para aumentar a oferta interna do produto em mais de 30 milhões de metros cúbicos e importar GNL (gás natural líquido)", disse.

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