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Petistas de MS dizem que Lula fez "discurso possível”

Fabiana Silvestre / Campo Grande News - 14 de agosto de 2005 - 09:51

David Majella
David Majella

Para uns foi tarde, para outros, no momento certo. Segundo a bancada federal e estadual do PT em MS, bem como dirigentes do partido no Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o “discurso possível” ontem à Nação.

“O que não podia era permanecer a dúvida motivada pelo silêncio. O até então silêncio do presidente podia ser interpretado de duas formas: ou ele estava envolvido nas denúncias ou havia sido traído. O pronunciamento à Nação clareou as coisas. Ele admitiu que foi traído”, analisa o deputado estadual Pedro Teruel.

Essa é a mesma opinião do líder governista na Assembléia Legislativa, deputado Pedro Kemp. Embora considere “um pouco tardia” a fala do presidente, Kemp destaca que terá sido importante “se vier acompanhada de fatos concretos”. “Agora o governo precisa mostrar empenho na apuração dos fatos e sinalizar à sociedade, de forma concreta, que fará a Reforma Política”, diz.

Tapete – Para o deputado federal Vander Loubet, o reconhecimento público do presidente reafirma a disposição do governo de apurar as denúncias e punir os culpados. Segundo ele, desde a escolha do presidente da CPMI dos Correios, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), o Planalto vem demonstrando que não faz movimentações para “esconder a sujeira debaixo do tapete”. “Apurar e punir. O Congresso caminha para isso. O presidente se relaciona com todos os partidos, mas não tem como ter detalhamentos, não tem como saber de tudo o que acontece”, destaca Loubet.

Erros – Para o secretário estadual de Organização do PT, Agamenon do Prado, e a tesoureira do partido, Elza Jorge, a origem da crise remonta ao início de 2004, quando o ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, foi filmado negociando propina com o empresário do ramos de jogos, Carlinhos Cachoeira.

“Ali estava a ponta do iceberg. Se o Governo tivesse tido uma atitude firme naquele momento e afastado do Zé [o então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu], talvez a situação hoje seria outra. Como homens fortes dentro do PT, ele e o José Genoíno [presidente nacional do PT, afastado do cargo]deveriam estar na Câmara liderando a bancada do governo”, analisa Prado.

Para Elza, bandeiras históricas do partido, como a Reforma Política, foram deixadas de lado em prol da dita governabilidade. “O PT, quando é governo, e isso vale também para Mato Grosso do Sul, cuida mais de fortalecer os aliados. O partido, como é da casa, é deixado de lado, e se enfraquece. Esse é um grave erro, pelo qual o partido vai pagar caro”, afirma.

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